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Valmir de Oliveira e a paixão por madeira
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Quase não se via Valmir de
Oliveira em fotografia, porque
ele as tirava todas, sempre sobre os dois filhos e as madeiras,
suas paixões. Pois estava na
profissão certa no lugar certo
-era engenheiro florestal na
Amazônia.
Nasceu em família de agricultores de Manaus e passou a
infância vendendo verduras.
Assim entrou na faculdade, para estudar engenharia civil.
Transferido para o Paraná, formou-se e fez mestrado em engenharia florestal. Nascera para a madeira.
De volta ao Amazonas, deu
aulas na universidade e fez de
tudo para criar um curso na
área florestal. Quando voltou
do doutorado em Wales, Reino
Unido, onde estudou o tratamento químico das madeiras, o
"tão almejado curso", na
UFAM, estava pronto, desde
1987.
Mas a frustração foi grande
no começo, diz a família. Vinha
"de um lugar onde tudo funcionava direitinho", e penou para
levar à frente suas idéias, "por
falta de espaço e de verbas".
Oliveira virou coordenador
do curso e as turmas iam se formando, com ele dando as aulas
de práticas de campo. Todo semestre iam até o pólo industrial madeireiro de Itacoatiara
(AM).
No dia 16 foi o mesmo. O ônibus partiu às 8h, com 44 alunos
e o professor. Perto do destino,
o veículo tombou e capotou várias vezes. Só Oliveira morreu,
aos 53.
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