São Paulo, quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

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Valmir de Oliveira e a paixão por madeira

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quase não se via Valmir de Oliveira em fotografia, porque ele as tirava todas, sempre sobre os dois filhos e as madeiras, suas paixões. Pois estava na profissão certa no lugar certo -era engenheiro florestal na Amazônia.
Nasceu em família de agricultores de Manaus e passou a infância vendendo verduras. Assim entrou na faculdade, para estudar engenharia civil. Transferido para o Paraná, formou-se e fez mestrado em engenharia florestal. Nascera para a madeira.
De volta ao Amazonas, deu aulas na universidade e fez de tudo para criar um curso na área florestal. Quando voltou do doutorado em Wales, Reino Unido, onde estudou o tratamento químico das madeiras, o "tão almejado curso", na UFAM, estava pronto, desde 1987.
Mas a frustração foi grande no começo, diz a família. Vinha "de um lugar onde tudo funcionava direitinho", e penou para levar à frente suas idéias, "por falta de espaço e de verbas".
Oliveira virou coordenador do curso e as turmas iam se formando, com ele dando as aulas de práticas de campo. Todo semestre iam até o pólo industrial madeireiro de Itacoatiara (AM).
No dia 16 foi o mesmo. O ônibus partiu às 8h, com 44 alunos e o professor. Perto do destino, o veículo tombou e capotou várias vezes. Só Oliveira morreu, aos 53.


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