São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 2001

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O PODER DO CRIME

Presos ficam em celas individuais, de onde saem apenas por uma hora a cada dia, para o banho de sol, em grupos de no máximo dez

Casa de Custódia tem regulamento rigoroso

MARIA TERESA MORAES
DA FOLHA VALE

A resistência de líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) quanto à transferência para a Casa de Custódia de Taubaté (134 km de São Paulo) é explicada pelo rígido esquema de segurança adotado pela unidade.
Os presos são alojados em celas individuais, fechadas por portas maciças, sem grades, com apenas uma pequena abertura, semelhante a um guichê, por onde são passadas as refeições.
As portas são fechadas com chaves, cadeados e uma barra de ferro transversal que impede que elas sejam arrombadas.
As celas têm, em média, 6 m2 (dois metros por três metros) e um "buraco", que é utilizado como privada. Os presidiários não podem sair para ir ao banheiro. O banho também é na cela.
Todas as refeições são feitas dentro da cela. Há quatro refeições diárias para cada preso -café da manhã (servido às 6h30), almoço (10h30), chá da tarde (14h30) e jantar (16h30). Depois desse horário, não há mais alimentação.
O número de visitas recebidas por detento também é limitado. Na Custódia, cada um tem direito a ser visitado por duas pessoas no sábado e duas no domingo.
Não há, no entanto, visitas íntimas. Os presos podem receber as visitas fora da cela, mas sempre na presença de um agente penitenciário.
Quando chega à Casa de Custódia, cada preso tem que ficar 30 dias isolados dos demais, no chamado "período de prova". Nesse intervalo, eles não podem sair da cela (nem para o banho de sol), nem receber visitas.
Passado esse período, o detento tem direito a uma hora diária para banho de sol, mas tem de obedecer a uma escala de revezamento para que apenas dez presos de cada vez estejam no pátio.
Os horários também variam e as escalas são embaralhadas para que os mesmos presos não se encontrem todos os dias no pátio, durante o banho de sol.
Os detentos também não têm acesso à televisão. Cada preso pode levar um aparelho de rádio, que, no entanto, tem apenas duas frequências liberadas (ou seja, é possível sintonizar apenas duas emissoras).



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