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Policiais são acusados de suborno
DO "AGORA SÃO PAULO"
Quatro investigadores da Polícia Civil foram presos em flagrante quando recebiam R$ 500 mil de
advogados para soltarem o traficante Sandro José de Oliveira, 32.
A prisão aconteceu na madrugada de ontem, no 9º Distrito Policial de Osasco (Grande São Paulo), onde Oliveira estava preso.
O detento havia escapado no dia
22 de julho do hospital do Mandaqui. O traficante cumpria pena na
Penitenciária do Estado e estava
internado no hospital.
Oliveira foi detido no município
de Praia Grande (82 km de São
Paulo) e encaminhado na noite de
ontem para a delegacia de Osasco.
A Corregedoria da Polícia Civil,
por meio de investigações, recebeu a informação de que um fugitivo havia sido recapturado e estava preso em Osasco. Os policiais
foram até o município na expectativa de que Oliveira fosse um
dos dois presos que haviam sido
resgatados, na quarta-feira, no
município de Cajamar (40 km de
São Paulo).
Segundo Ruy Stanislau Silveira
Mello, corregedor-geral da Polícia
Civil, o advogado do traficante,
Paulo Sérgio Davoglio, e seu estagiário, Rogério Soares Bonfim,
podem ter participado da negociação do resgate em Cajamar.
Os dois criminosos foram retirados de um veículo do Denarc
(Departamento de Narcóticos)
que ia para os presídios de Franco
da Rocha, na Grande São Paulo, e
Assis, no interior do Estado.
Negociação
Quando a polícia chegou ao distrito policial, a negociação entre
os policiais civis e os advogados
do traficante sobre a libertação do
detento estava acontecendo.
"Os policiais estranharam que a
delegacia estivesse operando, já
que lá só há funcionamento durante o dia. Quando entraram, o
dinheiro negociado para a libertação do preso estava sendo entregue aos investigadores", informou o corregedor-geral.
Acabaram sendo presos em flagrante os investigadores da Polícia Civil Florisval Luz Neves Ribeiro, Marcelo de Souza Teodoro,
Roberto Rodrigues da Mata e
Adilson Barbosa da Silva.
Além deles, também foram detidos e autuados por corrupção
ativa o advogado Paulo Sérgio
Davoglio, seu estagiário e o agente
administrativo do 9º DP, Marcos
Benedito Romualdo.
Os investigadores e o agente responderão por crime de concussão
(extorsão de dinheiro cometida
por funcionário público no exercício de sua função).
"Nossa grande preocupação é
banir de nosso quadro policiais
que denigram a imagem da polícia", afirmou o corregedor-geral.
Mello disse que os policiais estavam mantendo Oliveira detido de
maneira irregular, já que a prisão
ocorreu em Praia Grande.
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