São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 2001

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Policiais são acusados de suborno

DO "AGORA SÃO PAULO"

Quatro investigadores da Polícia Civil foram presos em flagrante quando recebiam R$ 500 mil de advogados para soltarem o traficante Sandro José de Oliveira, 32.
A prisão aconteceu na madrugada de ontem, no 9º Distrito Policial de Osasco (Grande São Paulo), onde Oliveira estava preso.
O detento havia escapado no dia 22 de julho do hospital do Mandaqui. O traficante cumpria pena na Penitenciária do Estado e estava internado no hospital.
Oliveira foi detido no município de Praia Grande (82 km de São Paulo) e encaminhado na noite de ontem para a delegacia de Osasco.
A Corregedoria da Polícia Civil, por meio de investigações, recebeu a informação de que um fugitivo havia sido recapturado e estava preso em Osasco. Os policiais foram até o município na expectativa de que Oliveira fosse um dos dois presos que haviam sido resgatados, na quarta-feira, no município de Cajamar (40 km de São Paulo).
Segundo Ruy Stanislau Silveira Mello, corregedor-geral da Polícia Civil, o advogado do traficante, Paulo Sérgio Davoglio, e seu estagiário, Rogério Soares Bonfim, podem ter participado da negociação do resgate em Cajamar.
Os dois criminosos foram retirados de um veículo do Denarc (Departamento de Narcóticos) que ia para os presídios de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, e Assis, no interior do Estado.

Negociação
Quando a polícia chegou ao distrito policial, a negociação entre os policiais civis e os advogados do traficante sobre a libertação do detento estava acontecendo.
"Os policiais estranharam que a delegacia estivesse operando, já que lá só há funcionamento durante o dia. Quando entraram, o dinheiro negociado para a libertação do preso estava sendo entregue aos investigadores", informou o corregedor-geral.
Acabaram sendo presos em flagrante os investigadores da Polícia Civil Florisval Luz Neves Ribeiro, Marcelo de Souza Teodoro, Roberto Rodrigues da Mata e Adilson Barbosa da Silva.
Além deles, também foram detidos e autuados por corrupção ativa o advogado Paulo Sérgio Davoglio, seu estagiário e o agente administrativo do 9º DP, Marcos Benedito Romualdo.
Os investigadores e o agente responderão por crime de concussão (extorsão de dinheiro cometida por funcionário público no exercício de sua função).
"Nossa grande preocupação é banir de nosso quadro policiais que denigram a imagem da polícia", afirmou o corregedor-geral.
Mello disse que os policiais estavam mantendo Oliveira detido de maneira irregular, já que a prisão ocorreu em Praia Grande.


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