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TRANSPORTE
"Governo é contra prorrogação", diz ministro
Projetos em discussão permitem renovação de contratos por 15 anos
LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dois projetos em discussão no
Congresso permitem a renovação
ou prorrogação por 15 anos dos
atuais contratos de concessão e
permissão de empresas de transporte coletivo urbano, intermunicipal e interestadual, sem a necessidade de concorrência pública.
Os projetos beneficiam inclusive as empresas que não participaram de licitação. A Constituição
estabelece no artigo 175 que a
prestação de serviço público pode
ser concedida a particulares sempre por meio de licitação.
Segundo o deputado Aloizio
Mercadante (PT-SP), a renovação
dos contratos foi incluída nos
projetos por pressão de empresários do setor de transporte. "Isso é
um favorecimento inaceitável",
afirmou.
"Não vejo que isso seja lobby",
disse o deputado Duílio Pisaneschi (PTB-SP), relator do projeto
que trata das diretrizes nacionais
do transporte coletivo urbano,
em discussão na Comissão de
Viação e Transportes.
O projeto foi apresentado em
1995 pelo deputado Alberto Goldman (PSDB-SP), mas não previa a
possibilidade de prorrogação dos
contratos. Pisaneschi incluiu a renovação, com base no projeto do
deputado Chico da Princesa
(PSDB-PR). Os deputados Princesa e Pisaneschi admitem ter ligações com o setor de transporte.
A prorrogação foi incluída pelo
deputado Eliseu Resende (PFL-MG), relator na Comissão de Viação e Transporte da Câmara.
O ministro Eliseu Padilha
(Transportes) disse que o governo é contra a prorrogação. Em
1998, editou um decreto proibindo a medida.
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