São Paulo, domingo, 24 de fevereiro de 2008

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Homem está preso há 4 meses por furtar queijo

DO ENVIADO A MACEIÓ

O artista plástico José Luciano da Silva Júnior, 27, está preso há mais de quatro meses em uma cela de cerca de 6 m2, que tem infiltrações, em um DP de Maceió. Ele nunca toma banho de sol. Ninho, como é chamado pelos colegas de cárcere -em referência à marca de leite instantâneo-, está preso porque furtou uma lata de leite e um pacote de queijo.
Seu processo foi considerado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas um crime de bagatela, que não justificaria os custos do processo penal.
A primeira passagem pela polícia de Ninho foi no ano de 2006, por furtar uma lata de leite, mas ele ganhou o direito de responder ao crime em liberdade, por ser primário.
O artista plástico, que se sustentava vendendo pequenos quadros para turistas, se juntou com uma mulher e passou a ajudar a criar o filho dela.
Contudo, há quatro meses, cometeu um novo furto: um pacote de queijo. "O queijo era para o menino [seu enteado], que tem três anos", disse.
Outro problema relatado por presos como Ninho é a alimentação. Segundo eles, as marmitas chegam muito tarde aos distritos -por volta das 15h-, sempre frias e, por vezes, azedas. Por isso, familiares de presos acabam levando comida.
A falta de estrutura nos distritos também impede o banho de sol, e muitos detentos apresentam problemas de pele. Os detentos recebem poucas visitas e não têm direito a intimidades. "Faz quatro meses que eu não falo com a minha mulher", reclama Ninho.


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