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Homem está preso há 4 meses por furtar queijo
DO ENVIADO A MACEIÓ
O artista plástico José Luciano da Silva Júnior, 27, está preso há mais de quatro meses em
uma cela de cerca de 6 m2, que
tem infiltrações, em um DP de
Maceió. Ele nunca toma banho
de sol. Ninho, como é chamado
pelos colegas de cárcere -em
referência à marca de leite instantâneo-, está preso porque
furtou uma lata de leite e um
pacote de queijo.
Seu processo foi considerado
pelo Tribunal de Justiça de
Alagoas um crime de bagatela,
que não justificaria os custos
do processo penal.
A primeira passagem pela
polícia de Ninho foi no ano de
2006, por furtar uma lata de
leite, mas ele ganhou o direito
de responder ao crime em liberdade, por ser primário.
O artista plástico, que se sustentava vendendo pequenos
quadros para turistas, se juntou com uma mulher e passou
a ajudar a criar o filho dela.
Contudo, há quatro meses,
cometeu um novo furto: um
pacote de queijo. "O queijo era
para o menino [seu enteado],
que tem três anos", disse.
Outro problema relatado por
presos como Ninho é a alimentação. Segundo eles, as marmitas chegam muito tarde aos
distritos -por volta das 15h-,
sempre frias e, por vezes, azedas. Por isso, familiares de presos acabam levando comida.
A falta de estrutura nos distritos também impede o banho
de sol, e muitos detentos apresentam problemas de pele. Os
detentos recebem poucas visitas e não têm direito a intimidades. "Faz quatro meses que
eu não falo com a minha mulher", reclama Ninho.
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