MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

O estudante Edison Tsung Chi Hsueh não gostava de festas, não bebia com frequência e era muito tímido.
Segundo sua mãe, Yen Yin Hwa Hsueh, ele só resolveu ir ao churrasco em que morreu porque estava muito feliz de ter passado na medicina da USP.
Edison havia trancado matrícula na Santa Casa, onde já cursava medicina, e estava tentando ir para a USP (pública) porque o pai estava com dificuldades para pagar a mensalidade de R$ 1.040.
"Num outro trote, quando ele fez a matrícula na USP, ele entrou de roupa e tudo na piscina e chegou todo molhado e com a cabeça raspada em casa. Mas mesmo assim ele estava muito feliz e queria ir mesmo ao churrasco", disse a mãe, que adota o nome de Ana.
Segundo ela e um tio do rapaz, o engenheiro Yerng Terng Hsueh, 60, Edison não sabia nadar e não bebia com frequência.
"Não sei o que aconteceu com ele. Só o vi bebendo uma vez, na festa de formatura do colegial, com colegas do Objetivo", disse.
Edison nasceu em São Paulo, em agosto de 76, e vivia com os pais na Vila Cruzeiro, em Santo Amaro (zona sul).
Os pais, nascidos em Taiwan (antiga Formosa), vivem no Brasil desde 1970.
Segundo o tio Yerng, o irmão mais velho de Edison faz um curso de doutorado na Universidade de Princeton, nos EUA, e o do meio é engenheiro mecânico e vive em Belo Horizonte.
Apesar de ser um bom aluno, Edison foi reprovado em 95, no primeiro ano do curso de medicina da Santa Casa.
Segundo colegas que iniciaram o curso com ele e hoje estão no 5º ano, o rapaz, que tinha o apelido de Torto e era conhecido por ser muito tímido, foi reprovado em farmacologia e em pelo menos outras duas matérias.
Segundo o professor Decio Altimari, secretário-geral da Faculdade de Medicina da Santa Casa, após a reprovação, Edison foi aprovado no 1º ano em 96 e no 2º em 97 e, depois de passar 98 afastado, havia se rematriculado para cursar o 3º ano em 99.


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