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Colunista recebe visita de Hilário de Gouvêa
BARBARA GANCIA
Colunista da Folha
No último domingo quase
fui parar no Incor de tanto rir.
Não, não foi mais um episódio
reprisado do "Sai de Baixo" o
responsável pela minha síncope. Nem foram as declarações
de Itamar Franco na entrevista a Boris Casoy.
O chilique que quase me levou ao hospital foi ocasionado
pela leitura do jornal. Quer
coisa mais engraçada do que
descobrir no caderno Dinheiro, desta Folha, que o Brasil
importa palmito, couve-flor e
água sem gás? Palmito? Existe
palmito fora do Brasil?
O colega Clóvis Rossi também tem sua parcela de culpa
pela minha quase entrada em
coma. Segundo um boletim divulgado em sua coluna, a banda da PM de São Paulo tem
620 músicos, contra apenas 30
da polícia de Nova York. Não é
de se esborrachar? Para atravessar o hino da Argentina,
são necessários 620 músicos?
É por essas e outras que eu
aposto com quem quiser como
o "handicap" do Armínio Fraga no golfe vai subir, no mínimo, umas cinco tacadas nos
próximos três meses. Não estou
querendo agourar o jogo do
presidente do Banco Central,
não. Mas, se seu "handicap"
golfístico não subir, algo estará
muito mais errado do que parece com este país da contramão.
Para completar a alegria do
domingão, depois de ler o jornal, recebi a visita de uma
alarmada Bucicleide, que entrou pela porta como quem
acabara de subir a Ministro
Rocha Azevedo ao volante de
um treminhão. "Você tem de
me ajudar", disse, esbaforida.
"Comprei uma caixa de Xenical sem receita, paguei uma
fortuna, mas não tenho coragem de experimentar." Como,
Bucicleide? "Todo sábado eu
acordo, olho para a caixa de
Xenical e digo: 'É hoje", mas
não tomo." Por que, Bucicleide? "O Xenical deveria vir com
kit fralda. Coisas horríveis podem acontecer. Você não ouviu falar da mulher de vestido
claro que teve de ser a última a
sair da festa de casamento? Parece que ficou a noite inteira
sentada no mesmo lugar, coitada. Bucicleide parou, pensou
e voltou a acelerar o treminhão: "O que não falta são histórias trágicas sobre o Xenical,
e você quer que eu tome? Como?"".
Já que nunca sugeri que ela
ingerisse remédio algum, respondi o impublicável e mandei
minha tresloucada amiga embora.
QUALQUER NOTA
Sem luz no fim do túnel
Cidade sem iluminação é cidade
falida. O paulistano, que agora anda no escuro até nas principais
avenidas, que o diga. Não sei o que
dá em mim, mas toda vez que vejo
uma Nove de Julho mergulhada na
escuridão em plena noite de sábado, lembro dos milhares de santinhos de plástico com o logo da
candidatura Celso Pitta, que sujaram ruas e entupiram bueiros naquela fatídica eleição.
Maturidade
O bumbum da Tiazinha foi o
grande vencedor do Carnaval?
Pois não custa lembrar que a fase
anal vai dos zero aos três anos.
Seriado gringo reina
A gente reclama, mas o Sony
Channel virou o maior tópico de
conversas entre assinantes de TV
paga. Não tem um que não adore
uma "Nanny" ou um "Friends".
E-mail: barbara@uol.com.br
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