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MÁFIA DOS FISCAIS
Segundo acusações, comerciante e camelô recolheriam dinheiro de propina para repassar a vereador
Justiça manda prender líderes de extorsão
SÍLVIA CORRÊA
da Reportagem Local
Dois dos homens citados como
líderes do esquema de extorsão a
ambulantes e comerciantes na área
da Administração Regional da Sé
tiveram prisão temporária decretada na madrugada de ontem. A
prisão vale por cinco dias e pode
ser renovada.
Um deles, Gilberto Monteiro da
Silva, 36, foi preso às 16h50, quando assistia aos trabalhos dos vereadores no plenário da Câmara Municipal. Silva é presidente da Associação dos Camelôs Independentes do Estado de São Paulo e é
apontado como coordenador da
rede de corrupção no viaduto Santa Ifigênia (leia texto abaixo).
O outro, Whebe Da Walib, conhecido como Jô, estava sendo
procurado até as 19h de ontem.
Jô é presidente da Associação dos
Comerciantes do Brás (região central de São Paulo).
Segundo o desempregado Daniel
Ferreira de Farias, 24, que trabalhou como office-boy da entidade
até outubro passado, ele comandava o recolhimento de propina junto a comerciantes da região do largo da Concórdia, alegando que o
dinheiro seria usado para a retirada dos camelôs da área.
Farias disse que a coleta era feita
toda a sexta-feira por uma funcionária da associação conhecida como Sandra. Ele admitiu que chegou a recolher o dinheiro três semanas em que Sandra não pôde fazê-lo e afirmou que o montante
chegava a R$ 100 mil.
Em depoimento, Farias declarou
ainda ter presenciado a entrega do
dinheiro a Jô. Segundo ele, "todos
sabiam" que Jô repassaria a arrecadação à campanha do vereador e
deputado estadual eleito Hanna
Garib (PPB).
O mesmo destino da propina foi
denunciado por outros ambulantes do largo da Concórdia. Três deles -Farias, Afonso José da Silva,
29, e Ana Maria Gasque da Silva,
58- sofreram ameaças ou supostos atentados nos últimos dias.
Em nota oficial, o advogado de
Jô, Luiz Flávio Borges D'Urso, disse que seu cliente não tem nenhuma relação com o esquema de corrupção ou com os atentados contra
os denunciantes.
O vereador Hanna Garib já negou inúmeras vezes as acusações.
Ele foi procurado ontem pela reportagem em seu telefone celular,
na sua casa e na Câmara Municipal, mas não foi encontrado. Segundo informações do Legislativo,
ele está em licença médica.
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