São Paulo, Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 1999
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Pilares da campanha de Pitta têm problemas

da Reportagem Local

Os quatro pilares da campanha eleitoral do prefeito Celso Pitta (PPB) em 1996 -fura-fila, PAS, Leve-leite e Cingapura- estão com problemas.
O fura-fila, apelido do VLP (Veículo Leve sobre Pneus), é o pior deles. Ainda não saiu do papel e a equipe que o projetou foi demitida da prefeitura.
Dos 110 km previstos para a rede básica do novo sistema de transporte, apenas um pequeno trecho de 8,5 km -que não está em operação- foi construído. A prefeitura montou também uma pista para testes no autódromo de Interlagos.
O secretário de Governo, Carlos Augusto Meinberg, afirma que a prefeitura não desistiu do fura-fila -considera que será de grande auxílio para o sistema de transportes da cidade.
O problema seria o custo, estimado em R$ 12 milhões por quilometro. A prefeitura contava com um financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que não deve sair.
A saída, segundo a Secretaria dos Transportes, será utilizar recursos próprios. Para isso, é necessário que Pitta consiga renegociar com o governo federal uma dívida de R$ 8,3 bilhões, referente a títulos e a um empréstimo obtido junto ao Banco do Brasil. Pitta reivindica condições iguais às obtidas pelo Estado: pagamento em 30 anos e juros de 6% ao ano. Ainda não obteve resposta.
O PAS (Plano de Atendimento à Saúde) está sendo reformulado. Cerca de 70% de sua estrutura (Unidades Básicas de Saúde) vai voltar para a administração direta.
As cooperativas -base do sistema lançado por Maluf na gestão anterior- controlarão apenas os hospitais, o atendimento de emergência e o de especialidades.
Pitta mudou o programa, pois disse que não dava mais para suportar seu custo, que chegou em alguns meses a R$ 70 milhões. Houve também muitas denúncias de desvios de verbas e de nepotismo. Pitta está reformulando os mecanismos de controle.
"Estamos apenas fazendo ajustes", diz Meinberg.
O Leve-leite, programa criado para reduzir a evasão escolar, está sendo reduzido (leia texto acima).
O programa habitacional Cingapura é o que está em melhor situação, ainda que o ritmo das obras tenha sido reduzido em relação ao governo passado. Maluf investia R$ 12 milhões por mês no projeto. Pitta tem aplicado R$ 7,5 milhões.


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