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Policiais são acusados de achacar empresários
Entre os presos, estão dois policiais federais, um ex-policial civil e um ex-PM, que havia sido condenado pela morte de um delegado
Bando ameaçava prender
ou apreender carga com nota fiscal ilegal, diz a PF; R$ 5 mi em notas falsas foram achados com a quadrilha
Thiago Domingos/Futura Press
![](../images/c2403200901.jpg) |
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Notas e documentos falsos apreendidos com grupo suspeito de extorquir dinheiro de empresários
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal prendeu
ontem uma quadrilha de policiais acusada de extorquir dinheiro de empresários e sacoleiros na cidade de São Paulo.
Entre os presos estão dois policiais federais, um ex-policial civil e um ex-policial militar.
Segundo o delegado superintendente da PF em São Paulo,
Leandro Daiello Coimbra,
membros do grupo usavam documentos falsos e se passavam
por delegados de polícia para
achacar as vítimas, de quem cobravam entre R$ 5.000 e R$ 50
mil para não prendê-las nem
apreender mercadorias compradas com nota fiscal irregular. A quadrilha, diz a PF, agia
ao menos desde novembro.
A investigação foi batizada de
Operação Persistência pelo fato de alguns dos policiais acusados serem reincidentes em crimes semelhantes.
A PF não divulgou o nome
dos presos, sob a alegação de
que isso atrapalharia as investigações. O delegado disse apenas, sem citar nomes, que o ex-PM preso já havia sido condenado em 2001 pelo assassinato
de um delegado da PF que investigava extorsões praticadas
por policiais (leia texto nesta
página). Condenado a 23 anos,
o ex-PM cumpria pena em regime semiaberto (quando o preso
tem o benefício de passar o dia
fora da prisão).
Já o ex-policial civil havia sido expulso da corporação acusado do mesmo tipo de crime.
Dois casos de extorsão de
empresários e um terceiro, de
sacoleiros que estavam em um
ônibus vindo do Paraguai, haviam sido confirmados até ontem, segundo o delegado. A PF
espera ter confirmação de outros casos semelhantes após o
interrogatório dos presos.
Segundo o superintendente,
o grupo não tinha um líder.
"Todos atuavam, trocando de
função." A quadrilha, diz ele,
não usava informações de investigações da PF para escolher
os empresários que seriam alvo
de achaques -a fonte, segundo
Coimbra, eram "informantes"
de irregularidades cometidas
pelos empresários.
Além dos policiais presos, foram presas outras duas pessoas
(a PF não deu detalhes) e há
ainda um sétimo integrante,
que está foragido.
As prisões são temporárias
(por, no mínimo, cinco dias)
-exceto para o foragido, que
teve a prisão preventiva (sem
prazo definido) decretada. "A
PF não tolera desvio de conduta", diz o superintendente.
Também não foram divulgados
nomes nem áreas de atuação
dos empresários achacados.
R$ 5 milhões falsos
Na casa de um dos policiais
federais foram encontrados R$
13 mil em dinheiro e um jet-ski.
Com ele e com os demais integrantes, foram apreendidos
veículos que a PF ainda investiga se são roubados ou foram
usados para cometer os crimes.
Ao todo, 11 mandados de busca
e apreensão foram executados.
A PF apreendeu também R$
5 milhões em notas falsas com a
quadrilha. Segundo o delegado
Coimbra, ainda não se sabe se
há ligação entre o dinheiro falso e a atuação da quadrilha.
A PF diz ter chegado à quadrilha após denúncia feita no final do ano passado por um dos
empresários achacados. Segundo a polícia, apesar de algumas
das vítimas estarem de fato ligadas a compra e transporte de
produtos com nota fiscal irregular, "a princípio" elas estão
sendo tratadas "como vítimas".
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