São Paulo, terça-feira, 24 de março de 2009

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Rapaz é acusado de matar ex-mulher e fugir com filho

Recepcionista foi morta a facadas em apartamento na zona sul de SP; câmeras mostram suspeito deixando prédio com bebê no colo

TALIS MAURICIO
DO "AGORA"

A Polícia Civil está à procura de Janken Ferraz Evangelista, 29, acusado de matar a ex-mulher a facadas, anteontem à noite, e fugir com o filho do casal, de um ano e nove meses.
Foram feitas buscas na casa de parentes do rapaz, em hotéis, rodoviárias e aeroportos, mas até ontem ele e o menino não haviam sido localizados.
O crime foi no apartamento onde a recepcionista Ana Claudia Melo da Silva, 18, vivia com o filho, Gabriel, o irmão e um tio, na região do Cursino (zona sul de SP). A recepcionista foi encontrada no chão do banheiro da empregada com ferimentos de faca no pescoço.
Segundo familiares de Ana, Evangelista era agressivo e estava insatisfeito por ter perdido o contato com o bebê. "Ela tinha medo e comentava que ele era capaz de fazer o que fez", disse o tio, o empresário João Lourenço da Silva, 44.
A relação do casal durou cerca de três anos -em maio do ano passado, eles se mudaram para Teixeira de Freitas (BA), mas ela voltou a São Paulo em novembro porque apanhava do rapaz, segundo parentes.
Em dezembro do ano passado, Evangelista descobriu onde a ex-mulher estava.
Segundo Silva, a sobrinha foi morta por volta das 20h30. Ele havia saído para ir à casa de uma amiga, no centro de São Paulo. Ana Claudia ficou, pois era o dia da visita de Evangelista a Gabriel -a Justiça determinou que ele podia vê-lo aos domingos, das 15h às 17h, na casa dela, com a ressalva de não ficar sozinho com a criança.
O tio diz que Ana Claudia, Evangelista e o menino almoçaram e foram ao jogo entre Corinthians e Santos -ela era corintiana. Por volta das 19h50, ela ligou para o tio para saber se havia comida em casa.
Algum tempo depois, ele recebeu outra ligação, de uma vizinha -a mulher havia visto Evangelista sair com a criança. O tio então foi para o apartamento e viu a sobrinha morta.
As câmeras do circuito interno do prédio revelam que Evangelista entrou no prédio às 19h58, com uma roupa, e saiu às 20h37, com outra.
Era a terceira visita seguida de Evangelista ao menino desde que os encontros foram autorizados pela Justiça. Embora parecesse tranquilo e mudado, a família estava preocupada com a reaproximação -os porteiros do condomínio já estavam orientados a avisar, tanto à família quanto aos moradores, caso Evangelista saísse do prédio com a criança nos braços.
O advogado do acusado no processo de guarda, Tito Moreira, se mostrou surpreso. "Há duas semanas ele me ligou e disse: "Estamos nos acertando"." Os familiares de Evangelista não foram localizados.


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