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Rapaz é acusado de matar ex-mulher e fugir com filho
Recepcionista foi morta a facadas em apartamento na zona sul de SP; câmeras mostram suspeito deixando prédio com bebê no colo
TALIS MAURICIO
DO "AGORA"
A Polícia Civil está à procura
de Janken Ferraz Evangelista,
29, acusado de matar a ex-mulher a facadas, anteontem à
noite, e fugir com o filho do casal, de um ano e nove meses.
Foram feitas buscas na casa
de parentes do rapaz, em hotéis, rodoviárias e aeroportos,
mas até ontem ele e o menino
não haviam sido localizados.
O crime foi no apartamento
onde a recepcionista Ana Claudia Melo da Silva, 18, vivia com
o filho, Gabriel, o irmão e um
tio, na região do Cursino (zona
sul de SP). A recepcionista foi
encontrada no chão do banheiro da empregada com ferimentos de faca no pescoço.
Segundo familiares de Ana,
Evangelista era agressivo e estava insatisfeito por ter perdido
o contato com o bebê. "Ela tinha medo e comentava que ele
era capaz de fazer o que fez",
disse o tio, o empresário João
Lourenço da Silva, 44.
A relação do casal durou cerca de três anos -em maio do
ano passado, eles se mudaram
para Teixeira de Freitas (BA),
mas ela voltou a São Paulo em
novembro porque apanhava do
rapaz, segundo parentes.
Em dezembro do ano passado, Evangelista descobriu onde
a ex-mulher estava.
Segundo Silva, a sobrinha foi
morta por volta das 20h30. Ele
havia saído para ir à casa de
uma amiga, no centro de São
Paulo. Ana Claudia ficou, pois
era o dia da visita de Evangelista a Gabriel -a Justiça determinou que ele podia vê-lo aos
domingos, das 15h às 17h, na casa dela, com a ressalva de não ficar sozinho com a criança.
O tio diz que Ana Claudia,
Evangelista e o menino almoçaram e foram ao jogo entre
Corinthians e Santos -ela era
corintiana. Por volta das 19h50,
ela ligou para o tio para saber se
havia comida em casa.
Algum tempo depois, ele recebeu outra ligação, de uma vizinha -a mulher havia visto
Evangelista sair com a criança.
O tio então foi para o apartamento e viu a sobrinha morta.
As câmeras do circuito interno do prédio revelam que
Evangelista entrou no prédio
às 19h58, com uma roupa, e
saiu às 20h37, com outra.
Era a terceira visita seguida
de Evangelista ao menino desde que os encontros foram autorizados pela Justiça. Embora
parecesse tranquilo e mudado,
a família estava preocupada
com a reaproximação -os porteiros do condomínio já estavam orientados a avisar, tanto à
família quanto aos moradores,
caso Evangelista saísse do prédio com a criança nos braços.
O advogado do acusado no
processo de guarda, Tito Moreira, se mostrou surpreso. "Há
duas semanas ele me ligou e
disse: "Estamos nos acertando"." Os familiares de Evangelista não foram localizados.
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