São Paulo, quinta-feira, 24 de março de 2011

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Rio modifica critérios e apaga surtos de dengue em 14 bairros

Prefeitura redefine epidemia, e áreas deixam situação de alerta

RODRIGO RÖTZSCH
DO RIO

A Prefeitura do Rio alterou seus critérios para definir o que é epidemia de dengue e, da noite para o dia, os 14 bairros que estavam sob alerta de surto (epidemia localizada) deixaram essa situação.
Entre esses bairros, estão áreas como o centro e Santa Teresa (região central).
O Rio soma neste ano 8.315 casos de dengue, mais que a soma dos casos em 2009 e 2010 (5.843). Seis pessoas já morreram, incluindo um bebê. No Estado, são mais de 26 mil casos e 18 mortes.
O critério da Organização Mundial da Saúde, seguido pelo Ministério da Saúde, considera que existe epidemia quando há mais de 300 casos por 100 mil habitantes.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio decidiu manter esse limiar, mas somente quando há tendência ininterrupta de alta dos casos nas últimas cinco semanas. Com isso, diz, "não está mais configurada nenhuma região com característica de alerta para surtos da doença".
O ministério diz que Estados e municípios têm autonomia para definir suas metodologias, mas também a obrigação de informar à pasta o número de casos.
Para o especialista em epidemiologia Amaury Lelis Dal Fabbro, da USP em Ribeirão Preto, a discussão é puramente semântica e não ajuda a combater a dengue.
"Mais de 300 casos por 100 mil é um nível de transmissão muito alto. Do ponto de vista da saúde da população, não muda nada se é epidemia ou não", afirma.
Na cidade, a incidência da dengue neste ano, de 132 casos por 100 mil habitantes, ainda se enquadra no nível considerado médio.
Ontem, a Secretaria estadual de Saúde confirmou os dois primeiros casos de dengue do tipo 4 no Estado.


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