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São Paulo, quinta-feira, 24 de abril de 2003

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Superintendente da Polícia Federal Marcelo Itagiba deverá ocupar cargo na cúpula da Secretaria da Segurança

Visibilidade da PM nas ruas é prioridade

DA SUCURSAL DO RIO

O ex-governador Anthony Garotinho, futuro secretário de Segurança Pública do Rio, anunciou ontem que pretende reformular cinco delegacias especializadas da Polícia Civil e aumentar a visibilidade da Polícia Militar nas ruas.
Embora Garotinho não tenha confirmado oficialmente, a Folha apurou que o superintendente da Polícia Federal no Rio, Marcelo Itagiba, foi convidado e deverá ocupar um cargo na cúpula da secretaria. Itagiba, que na semana passada foi elogiado publicamente pela governadora Rosinha Matheus (PSB), ocupa o cargo na PF desde o governo de Fernando Henrique Cardoso e estaria para ser substituído.
Itagiba teria sido indicado para a superintendência pelo ex-candidato tucano à Presidência, José Serra. No ano passado, seu prestígio foi atingido pela morte nas dependências da PF no Rio, supostamente sob tortura, de um auxiliar de cozinha acusado de matar um policial.
"Sei que há uma vontade por parte dele [Itagiba] de colaborar com o governo do Estado. É uma pessoa que tem todas as condições morais e éticas para exercer uma função para a qual, num momento oportuno, nós faremos o convite", afirmou Garotinho na entrevista.
Segundo o ex-governador, as cinco secretarias que passarão por modificações são as de Roubos e Furtos de Automóveis, Armas e Entorpecentes, Roubos e Furtos Comuns, Roubo de Cargas e Homicídios.
"Nesse primeiro momento, vou me dedicar a reorganizar cinco delegacias especializadas da Polícia Civil, que estão profundamente desestruturadas para cumprir sua missão", afirmou.
Garotinho disse que, inicialmente, não pretende fazer modificações no comando das polícias Militar e Civil. O ex-governador disse também que trabalhará para aumentar rapidamente a visibilidade da Polícia Militar.
"O número de veículos nas ruas hoje é insuficiente. Essa questão da visibilidade é muito importante. É preciso aumentar o efetivo da PM nas áreas críticas. Aumentamos muito o efetivo, hoje temos 17 mil homens, mas ainda precisamos distribuir melhor esse efetivo", afirmou.
Segundo o ex-governador, a situação de segurança no Rio se agravou por causa da falta de continuidade nas políticas públicas.
"Houve uma interrupção num programa de segurança que estava sendo implementado enquanto fui governador e não houve tempo suficiente para a implementação de outro plano em nove meses [tempo em que Benedita da Silva, do PT, esteve no governo, no ano passado]. Isso levou a um desequilíbrio, mas muito em breve faremos com que o Rio tenha uma situação melhor", disse.
O novo secretário de Segurança é um dos autores do livro "Violência e Criminalidade". O livro, de 1998, foi escrito em parceria com Luiz Eduardo Soares, atual secretário Nacional de Segurança, antes do rompimento dos dois, em 2000.


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