São Paulo, sábado, 24 de abril de 2010

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MARIA ALBERTINA DA SILVA (1900-2010)

Uma assentada alagoana que viveu 110 anos

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um século de vida foi pouco para dona Maria Albertina da Silva. Em seu RG, consta como data de nascimento o dia 20 de janeiro de 1900. Ou seja, ela viveu longos 110 anos.
Alagoana do município de Pilar, a filha de cortadores de cana teve uma vida difícil, conforme relatou diversas vezes à família. Na casa dos 30 anos, migrou para a cidade de São Paulo, onde trabalhou como empregada doméstica.
Foi um período muito triste de sua história, dizia. Certa vez, lembrou que, num dos serviços, os patrões só permitiam que ela se alimentasse no mesmo horário em que os cães e gatos da casa comiam.
Na década de 50, voltou para Alagoas e conheceu o marido, um trabalhador rural chamado Tibutino, seu primeiro e único relacionamento. As coisas melhoraram aí, mas, aos 78, Maria ficou viúva.
Muito ativa e independente, aos 90 anos decidiu fazer limpeza e servir água e cafezinho num consultório médico. Não gostava de ficar parada.
Atualmente, morava com o sobrinho Sebastião numa casa de taipa no assentamento Margarida Alves, que é acompanhado pela CPT-AL (Comissão Pastoral de Terra), na zona rural de Maragogi (AL).
Quando ainda conseguia andar, ia todos os domingos à missa e fazia parte do coral da igreja. Deixou em casa terços e santos antigos que a acompanharam por muitos anos.
Adorava rir. No último domingo, conversava normalmente com os familiares quando fechou os olhos e morreu. Seu coração parou de bater. Não deixou filhos.

coluna.obituario@uol.com.br


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