|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MARIA ALBERTINA DA SILVA (1900-2010)
Uma assentada alagoana que viveu 110 anos
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um século de vida foi pouco
para dona Maria Albertina da
Silva. Em seu RG, consta como data de nascimento o dia
20 de janeiro de 1900. Ou seja,
ela viveu longos 110 anos.
Alagoana do município de
Pilar, a filha de cortadores de
cana teve uma vida difícil,
conforme relatou diversas vezes à família. Na casa dos 30
anos, migrou para a cidade de
São Paulo, onde trabalhou como empregada doméstica.
Foi um período muito triste
de sua história, dizia. Certa
vez, lembrou que, num dos
serviços, os patrões só permitiam que ela se alimentasse
no mesmo horário em que os
cães e gatos da casa comiam.
Na década de 50, voltou para Alagoas e conheceu o marido, um trabalhador rural chamado Tibutino, seu primeiro
e único relacionamento. As
coisas melhoraram aí, mas,
aos 78, Maria ficou viúva.
Muito ativa e independente, aos 90 anos decidiu fazer
limpeza e servir água e cafezinho num consultório médico.
Não gostava de ficar parada.
Atualmente, morava com o
sobrinho Sebastião numa casa de taipa no assentamento
Margarida Alves, que é acompanhado pela CPT-AL (Comissão Pastoral de Terra), na
zona rural de Maragogi (AL).
Quando ainda conseguia
andar, ia todos os domingos à
missa e fazia parte do coral da
igreja. Deixou em casa terços
e santos antigos que a acompanharam por muitos anos.
Adorava rir. No último domingo, conversava normalmente com os familiares
quando fechou os olhos e
morreu. Seu coração parou de
bater. Não deixou filhos.
coluna.obituario@uol.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Vacinação contra gripe A entra em nova fase Índice
|