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Bombas assustam professores e alunos em Belo Horizonte
CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
A explosão de uma bomba às
7h40 de ontem, em uma escola
municipal de Belo Horizonte, foi a
sétima registrada pela Polícia Militar de Minas Gerais contra uma escola pública na região metropolitana da capital mineira em menos
de dez dias.
Ontem, havia 600 alunos nas salas no momento da explosão, ocorrida no pátio da escola Francisco
Campos, na região norte da cidade. Ninguém ficou ferido e as aulas
foram suspensas até a próxima terça, quando haverá uma reunião
com os pais dos estudantes.
Antes do início das aulas de ontem, um telefonema anônimo avisou sobre a bomba, mas a polícia
só foi chamada depois do atentado, porque, segundo a diretora
Sandra Fonseca, a escola já recebeu outras denúncias anônimas
que não se confirmaram.
Segundo a PM, a bomba que explodiu ontem, do tipo "garrafão",
pode ser comprada em qualquer
loja de fogos de artifício.
O delegado Silvano Almeida, do
Departamento de Operações Especiais, explicou que essas bombas
são compostas de pólvora enrolada em papel amarrado nas extremidades junto com um pavio. Elas
podem ser compradas por pessoas
com idade a partir de 16 anos ou 18
anos, dependendo da quantidade
de pólvora utilizada.
Esse tipo de bomba pode ser detonada por um cigarro acesso
amarrado em seu corpo.
"Os alunos ficaram muito nervosos, mas era uma bomba que faz
mais barulho do que causa estrago.
O meu receio é que amanhã alguém jogue uma bomba de fabricação caseira", disse a diretora.
No último dia 15, três alunos da
escola estadual Geraldo Jardim Linhares, na região sudoeste de Belo
Horizonte, saíram levemente feridos após uma explosão ocorrida
no pátio durante o intervalo do
turno da noite.
Na segunda-feira passada, mais
três escolas públicas sofreram
atentados. A PM conseguiu
apreender outras quatro bombas
antes que fossem detonadas. Três
crianças e adolescentes foram detidos pela PM.
Segundo a professora Luciene
Vieira, a explosão ocorrida na escola estadual do bairro Amazonas,
em Betim (região metropolitana
de Belo Horizonte), na última segunda-feira, "assustou todos os
professores e alunos" e foi "a terceira ou quarta bomba" jogada na
escola, nos últimos meses.
Também na segunda-feira, o estudante Alexandre Márcio de Jesus, 19, foi preso em flagrante com
uma bomba de fabricação caseira
na escola municipal Oswaldo
Cruz. Em sua casa, foram encontradas outras duas, junto com um
pacote de pólvora.
Alexandre de Jesus disse que fabricou cinco artefatos com a ajuda
de um amigo e que duas já tinham
sido detonadas em um lote vago.
O prefeito de Belo Horizonte, Célio de Castro (PSB), pediu ontem
providências das autoridades de
segurança pública para impedir
novos atentados.
O secretário de Estado da Segurança Pública, Mauro Lopes, informou que será criada, na capital mineira, uma delegacia especializada
em assistência ao estudante, para
combater crimes cometidos contra a rede de ensino. Para ele, os
atentados estão relacionados ao
tráfico de drogas nas escolas.
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