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USP aprova bônus para aluno da rede pública na Fuvest
Candidato terá 3% a mais na pontuação na 1ª e na 2ª fase do vestibular para cursos com ingresso no ano que vem
Número de testes cairá de 100 para 90 na primeira etapa do processo seletivo, que também cobrará questões interdisciplinares
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A USP aprovou ontem um
pacote de mudanças em seu
vestibular, o maior do país, para
que aumente o ingresso de alunos do ensino médio público na
universidade. A maior alteração será a concessão de um bônus de 3% para esses estudantes, tanto na primeira quanto
na segunda fase, já no próximo
processo seletivo.
Além disso, a prova terá menos questões e algumas delas
serão interdisciplinares -alterações que atingem diretamente tanto candidatos da rede pública quanto da particular.
No último vestibular, 24%
dos aprovados eram provenientes do sistema público, que
responde, atualmente, por 85%
das matrículas do Estado. É devido a essa discrepância que a
instituição decidiu alterar seu
processo seletivo, que no ano
passado teve 170 mil inscritos.
De acordo com as simulações
feitas pela USP, o número de
aprovados de escolas públicas
subirá para 30% com o bônus.
Em números absolutos, serão
cerca de 600 estudantes a mais
dessa rede na instituição, por
vestibular. No último exame,
foram 2.456. A universidade
afirma que a bonificação será
dada para que sejam convocados vestibulandos de escola pública que não foram aprovados
por poucos pontos -não foi detalhada qual é essa margem.
"A USP buscou articular o
mérito acadêmico com a inclusão social. Por isso decidimos
não implementar simplesmente uma política de reserva de
vagas [cotas]", disse a reitora da
universidade, Suely Vilela. O
projeto foi elaborado por professores de diversas unidades
da própria instituição.
Outra alteração já na próxima prova será o menor número
de questões na primeira fase,
que cairá de 100 para 90. "Assim, os alunos terão mais tempo para resolver a prova", disse
a pró-reitora de graduação, Selma Garrido Pimenta. Além disso, algumas perguntas do exame exigirão conhecimentos de
mais de uma disciplina, modelo
parecido com o do Enem.
A USP aprovou também a
realização de provas ao final de
cada série do ensino médio público. Os resultados serão considerados na nota do vestibular. A medida, porém, não tem
data para começar.
"Infelizmente, o percentual
do bônus é baixo. Mas ficamos
felizes porque é a primeira vez
que a universidade pensou em
fazer alguma coisa para promover a inclusão", disse o coordenador da ONG Educafro,
Eduardo Pereira Neto.
Na reunião em que foi aprovado o chamado Inclusp, houve
confusão. Cerca de cem integrantes de movimentos sociais
invadiram a reitoria, quebrando portas de vidro. Dois guardas e um manifestante se cortaram levemente com estilhaços.
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