São Paulo, quinta-feira, 24 de maio de 2007

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Ministro da Saúde quer blitze contra bebida no trânsito

Medida deve ser incluída no PAC da Segurança, segundo José Gomes Temporão

Política Nacional sobre Bebidas Alcoólicas, lançada ontem no Palácio do Planalto, estipula novos limites para a propaganda


LETÍCIA SANDER
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Junto com a proibição da venda de bebidas alcoólicas em estradas federais, o governo quer reforçar o policiamento nas grandes cidades nos fins de semana, para combater os acidentes de trânsito por consumo excessivo de álcool. As medidas devem ser incluídas no PAC da Segurança a ser entregue ao presidente Lula até o final do mês, afirmou o ministro José Gomes Temporão (Saúde), logo após o lançamento da Política Nacional sobre Bebidas Alcoólicas, na manhã de ontem, no Palácio do Planalto.
"No Rio eu não vejo e aqui [em Brasília] nunca vi blitz avaliando se os motoristas estão dirigindo embriagados ou não. É extremamente importante aumentar este tipo de fiscalização", disse o ministro. "O [ministro da Justiça] Tarso Genro, no projeto que está elaborando e deve estar pronto até o fim do mês, com certeza está incluindo medidas nesse sentido".
No lançamento da nova política, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, foi quem mais destacou a relação entre o uso de álcool e os acidentes de trânsito. Ele defendeu o uso de radares e de barreiras eletrônicas nas estradas.
"Já que o tema é álcool, eu tenho uma frase que eu uso e não é brincadeira, é séria: barreira eletrônica faz até bêbado parar. Já notaram como, numa barreira eletrônica, numa velocidade de 60, as pessoas passam a 30? Então, quantas barreiras eletrônicas precisarem, nós vamos colocar", afirmou Fortes, que perdeu um filho em um acidente de trânsito.
O Ministério da Justiça não quis dar detalhes das propostas que serão finalizadas por Tarso.
O decreto que institui a nova política, publicado ontem no "Diário Oficial" da União, tem como objetivo conter o "consumo indevido" de álcool no país.
Conforme a Folha antecipou, o texto estipula novos limites para a propaganda de bebidas, por meio de regulamentação a ser aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Também visa proibir a venda de bebidas em estradas federais, mas isso depende ainda da aprovação de lei pelo Congresso Nacional.
Para incluir as cervejas na regulamentação, o decreto mudou o conceito de bebida alcoólica para efeito de controle da propaganda. Passam a ser consideradas alcoólicas as com teor de álcool a partir de 0,5 grau Gay Lussac, como cervejas, "ices" e "coolers".
Hoje, a legislação que regulamenta a publicidade de fumo e bebidas só considera alcoólicas as com mais de 13 graus, como vinho, cachaça e uísque.
O texto não faz referência a patrocínio de eventos, artistas ou desportistas por cervejarias.


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