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Ministro da Saúde quer blitze contra bebida no trânsito
Medida deve ser incluída no PAC da Segurança, segundo José Gomes Temporão
Política Nacional sobre Bebidas Alcoólicas, lançada ontem no Palácio do Planalto, estipula novos limites para a propaganda
LETÍCIA SANDER
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Junto com a proibição da
venda de bebidas alcoólicas em
estradas federais, o governo
quer reforçar o policiamento
nas grandes cidades nos fins de
semana, para combater os acidentes de trânsito por consumo excessivo de álcool. As medidas devem ser incluídas no
PAC da Segurança a ser entregue ao presidente Lula até o final do mês, afirmou o ministro
José Gomes Temporão (Saúde), logo após o lançamento da
Política Nacional sobre Bebidas Alcoólicas, na manhã de
ontem, no Palácio do Planalto.
"No Rio eu não vejo e aqui
[em Brasília] nunca vi blitz avaliando se os motoristas estão
dirigindo embriagados ou não.
É extremamente importante
aumentar este tipo de fiscalização", disse o ministro. "O [ministro da Justiça] Tarso Genro,
no projeto que está elaborando
e deve estar pronto até o fim do
mês, com certeza está incluindo medidas nesse sentido".
No lançamento da nova política, o ministro das Cidades,
Márcio Fortes, foi quem mais
destacou a relação entre o uso
de álcool e os acidentes de trânsito. Ele defendeu o uso de radares e de barreiras eletrônicas
nas estradas.
"Já que o tema é álcool, eu tenho uma frase que eu uso e não
é brincadeira, é séria: barreira
eletrônica faz até bêbado parar.
Já notaram como, numa barreira eletrônica, numa velocidade de 60, as pessoas passam a
30? Então, quantas barreiras
eletrônicas precisarem, nós vamos colocar", afirmou Fortes,
que perdeu um filho em um acidente de trânsito.
O Ministério da Justiça não
quis dar detalhes das propostas
que serão finalizadas por Tarso.
O decreto que institui a nova
política, publicado ontem no
"Diário Oficial" da União, tem
como objetivo conter o "consumo indevido" de álcool no país.
Conforme a Folha antecipou, o texto estipula novos limites para a propaganda de bebidas, por meio de regulamentação a ser aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Também visa
proibir a venda de bebidas em
estradas federais, mas isso depende ainda da aprovação de
lei pelo Congresso Nacional.
Para incluir as cervejas na regulamentação, o decreto mudou o conceito de bebida alcoólica para efeito de controle da
propaganda. Passam a ser consideradas alcoólicas as com
teor de álcool a partir de 0,5
grau Gay Lussac, como cervejas, "ices" e "coolers".
Hoje, a legislação que regulamenta a publicidade de fumo e
bebidas só considera alcoólicas
as com mais de 13 graus, como
vinho, cachaça e uísque.
O texto não faz referência a
patrocínio de eventos, artistas
ou desportistas por cervejarias.
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