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SOS Mata Atlântica financia reservas em áreas privadas
Desde 2003, o projeto em conjunto com a Conservação Internacional investiu R$ 2 milhões para apoiar proprietários
As duas organizações fazem amanhã a abertura do evento Viva a Mata 2007, no
parque Ibirapuera
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Fundação SOS Mata Atlântica e a Conservação Internacional, que fazem amanhã a
abertura do evento Viva a Mata
2007, no parque Ibirapuera, financiam a criação e a administração de reservas particulares
de florestas. Desde 2003, foram
investidos R$ 2 milhões para
apoiar proprietários que decidiram proteger suas áreas privadas de mata atlântica.
Como a maior parte (75%) do
que restou do bioma no Brasil
está nas mãos de particulares, a
saída apontada por ambientalistas para evitar maior destruição é justamente proteger as
áreas privadas. Essas reservas,
chamadas de RPPNs (Reservas
Particulares do Patrimônio Natural), podem ser criadas por
iniciativa do dono com consentimento do Ibama e, em alguns
Estados, como SP, das secretarias de meio ambiente.
O húngaro Eugênio Follmann, por exemplo, criou a reserva Capuavinha, em Mairiporã (Grande SP), com o objetivo
de "deixar a área íntegra para os
descendentes". "É um jeito de
manter a natureza até mesmo
depois que eu for embora."
Follmann utilizou R$ 25 mil
do programa para cercar sua
reserva e fazer estradas de
emergência para apagar incêndios. "Já ocorreram cinco incêndios criminosos simultaneamente na área", conta.
Em São Sebastião, no litoral
norte, João Rizzieri transformou um sítio da família em reserva. Recebeu R$ 30 mil das
organizações e, daqui a alguns
anos, pretende oferecer atividades de ecoturismo.
Das cerca de 700 reservas
privadas existentes no país,
500 estão na mata atlântica. Há
37 no Estado de São Paulo. A
decisão de "tombar" a floresta
privada é perpétua (o dono não
pode voltar atrás).
Para beneficiar quem cria
uma reserva, há isenção de Imposto Territorial Rural. E, para
estimular ainda mais a criação
delas, existe o Programa de Incentivo às RPPNs de Mata
Atlântica -parceria entre a
Fundação SOS Mata Atlântica,
a Conservação Internacional e
a The Nature Conservancy.
Os recursos variam de acordo com o projeto (há quem seja
beneficiado com R$ 10 mil ou
R$ 30 mil, por exemplo). A iniciativa tem apoio do Fundo de
Parceria para Ecossistemas
Críticos, do Bradesco Cartões e
Bradesco Capitalização. Até
agora, foram aprovados 131
projetos -o total de reservas
apoiadas, no entanto, chega a
200, já que há projetos individuais e outros, coletivos. Mais
informações sobre o programa
estão no site www.aliancama
taatlantica.org.br.
"Todos os nossos esforços
são para que a pessoa que protege ganhe com isso. A intenção é que os proprietários se
sintam motivados e valorizados", diz Márcia Hirota, diretora da SOS Mata Atlântica.
Mônica Fonseca, bióloga da
Conservação Internacional, diz
que muitas áreas privadas de
mata atlântica são vizinhas a
parques e, dessa forma, ajudam
a criar "corredores de fauna e
flora" - são como pontes que
ligam as áreas e ajudam as espécies a sobreviver. "O papel da
sociedade não é só esperar respostas dos governos, mas também dar sua contribuição."
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