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EDUCAÇÃO
Investimentos chegam a R$ 500 milhões e incluem modernização de mil instituições públicas e particulares
BNDES abre crédito para universidades
da Sucursal do Rio
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) lançou programa de financiamento -com dotação de R$
500 milhões- para investimentos
de instituições de ensino superior
em reequipamento e modernização de patrimônio.
Cerca de mil universidade do
país -públicas e privadas- poderão se candidatar a obter recursos do programa. No caso das públicas, exige-se a venda de imóveis
não operacionais ou de pouco retorno para a instituição.
Poderão ser incluídos todos os
pedidos que não forem relacionados a folhas de pagamento e custos
correntes das instituições. Construção ou recuperação de prédios e
investimentos em equipamentos,
entre outros, seriam atendidos.
O reitor da PUC/RJ (Pontifícia
Universidade Católica do Rio), padre Jesus Hortal Sanchez, não gostou do "alto custo" do dinheiro a
ser emprestado e afirmou não ter
interesse no programa.
Pelos cálculos do diretor da Área
de Planejamento do BNDES, Sérgio Besserman, uma instituição
privada teria que pagar "de 13 a
14%" de juros anuais. Financiando
até 90% do investimento, o
BNDES concede prazo para pagamento de dez anos, com carência
de 24 meses para o início do desembolso.
"O juro anual vai ser de 14%.
Numa economia estável, isso é
muito dinheiro. Os estabelecimentos universitários não têm lucro
suficiente para pagar isso", disse o
reitor da PUC/RJ.
Ele defendeu uma taxa de juros
de 1% ao ano (além da inflação) e
70% do empréstimo a fundo perdido. Para Sanchez, o ensino superior terá que atender a "uma explosão de demanda" nos próximos
anos. "As universidades só terão
condições de atender a essa demanda se houver alguma ajuda de
verdade. Ajuda de banqueiro não
me interessa", disse o padre.
A sub-reitora de Graduação e
Corpo Discente da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro),
Neide Felisberto Martins Ribeiro,
disse que a universidade precisa de
obras de recuperação.
Segundo ela, a UFRJ tem patrimônio que pode ser vendido. Sobre o custo do dinheiro a ser emprestado, ela afirmou não ser "a
pessoa indicada" para discutir o
assunto. O reitor da UFRJ, Paulo
Gomes, estava viajando.
Besserman disse que, no caso das
instituições públicas, o programa
funcionaria mais como uma antecipação de recursos, já que o pagamento do financiamento seria feito com a alienação de imóveis.
Em função dessa contrapartida,
o juro anual do empréstimo seria
da ordem de 10%. Os recursos emprestados, segundo ele, poderão
chegar a 70% do valor a ser apurado no estudo de viabilidade técnica de alienação do patrimônio.
Os pedidos de financiamento serão analisados pela Secretaria de
Educação Superior do Ministério
da Educação e do Desporto.
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