São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997.



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EDUCAÇÃO
Investimentos chegam a R$ 500 milhões e incluem modernização de mil instituições públicas e particulares
BNDES abre crédito para universidades

da Sucursal do Rio

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) lançou programa de financiamento -com dotação de R$ 500 milhões- para investimentos de instituições de ensino superior em reequipamento e modernização de patrimônio.
Cerca de mil universidade do país -públicas e privadas- poderão se candidatar a obter recursos do programa. No caso das públicas, exige-se a venda de imóveis não operacionais ou de pouco retorno para a instituição.
Poderão ser incluídos todos os pedidos que não forem relacionados a folhas de pagamento e custos correntes das instituições. Construção ou recuperação de prédios e investimentos em equipamentos, entre outros, seriam atendidos.
O reitor da PUC/RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio), padre Jesus Hortal Sanchez, não gostou do "alto custo" do dinheiro a ser emprestado e afirmou não ter interesse no programa.
Pelos cálculos do diretor da Área de Planejamento do BNDES, Sérgio Besserman, uma instituição privada teria que pagar "de 13 a 14%" de juros anuais. Financiando até 90% do investimento, o BNDES concede prazo para pagamento de dez anos, com carência de 24 meses para o início do desembolso.
"O juro anual vai ser de 14%. Numa economia estável, isso é muito dinheiro. Os estabelecimentos universitários não têm lucro suficiente para pagar isso", disse o reitor da PUC/RJ.
Ele defendeu uma taxa de juros de 1% ao ano (além da inflação) e 70% do empréstimo a fundo perdido. Para Sanchez, o ensino superior terá que atender a "uma explosão de demanda" nos próximos anos. "As universidades só terão condições de atender a essa demanda se houver alguma ajuda de verdade. Ajuda de banqueiro não me interessa", disse o padre.
A sub-reitora de Graduação e Corpo Discente da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Neide Felisberto Martins Ribeiro, disse que a universidade precisa de obras de recuperação.
Segundo ela, a UFRJ tem patrimônio que pode ser vendido. Sobre o custo do dinheiro a ser emprestado, ela afirmou não ser "a pessoa indicada" para discutir o assunto. O reitor da UFRJ, Paulo Gomes, estava viajando.
Besserman disse que, no caso das instituições públicas, o programa funcionaria mais como uma antecipação de recursos, já que o pagamento do financiamento seria feito com a alienação de imóveis.
Em função dessa contrapartida, o juro anual do empréstimo seria da ordem de 10%. Os recursos emprestados, segundo ele, poderão chegar a 70% do valor a ser apurado no estudo de viabilidade técnica de alienação do patrimônio.
Os pedidos de financiamento serão analisados pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação e do Desporto.



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