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TRANSPORTES
Greve faz rodízio ser suspenso; prefeitura aciona esquema emergencial de 428 veículos para atender passageiros
Ônibus param por tempo indeterminado
DA REPORTAGEM LOCAL
Os cerca de 50 mil motoristas de
ônibus e cobradores de São Paulo
entram em greve por tempo indeterminado a partir de hoje.
O sindicato confirmou ontem a
paralisação, anunciada na semana passada, logo depois de a categoria não ter aceitado o aumento
salarial determinado pelo Tribunal Superior do Trabalho, que fixou um reajuste de 6% sobre os
rendimentos de maio do ano passado. Os motoristas já tinham
conseguido 8% no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Por causa da greve, o rodízio de
veículos será suspenso, o estacionamento em áreas de zona azul
estará liberado e a Operação Via
Livre, que prioriza o transporte
coletivo, será desativada.
Os cerca de 3,6 milhões de passageiros que o sistema de transporte público paulistano atende
diariamente terão ainda como
opção 428 veículos (vans, ônibus
e peruas), cadastrados previamente pela prefeitura para situações de emergência. Eles circularão cobrando R$ 1,40 por passageiro, mesma tarifa dos ônibus.
Os grevistas dizem que vão deixar nas garagens os 10 mil ônibus
de São Paulo, apesar da determinação do TRT de que 80% da frota deve rodar nos horários de pico
e 50% nos demais horários, sob
pena de uma multa de R$ 50 mil.
"Nós cumpriríamos o que o tribunal determina, se tivessem sido
cumpridas as decisões referentes
ao salário", afirmou ontem Geraldo Diniz, secretário-jurídico do
sindicato dos motoristas.
Além do reajuste salarial, eles
querem também aumento do vale-refeição, subsídio de R$ 50 do
convênio médico e manutenção
das cláusulas sociais do dissídio
coletivo, como garantia de emprego para aposentados, aceitação de atestados médicos, auxílio
funeral e manutenção da jornada
de trabalho de sete horas.
Na quarta-feira passada, a categoria já havia parado os ônibus
das 3h às 6h, em protesto contra a
decisão do TST, o que prejudicou
500 mil usuários, segundo a
SPTrans, responsável pelo transporte coletivo na capital paulista.
A Secretaria Municipal dos
Transportes informou que, apesar de estar acompanhando o
processo, não vai interferir nas
negociações entre os motoristas e
o Transurb (sindicato das empresas de ônibus) e que vai esperar a
decisão da Justiça do Trabalho. A
Folha não conseguiu entrar em
contato ontem com o Transurb.
Enquanto durar a greve dos
motoristas de ônibus, os trens da
CPTM (Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos) terão um
esquema especial de circulação.
A companhia estenderá o horário de pico de todas as suas seis linhas, diminuindo o intervalo entre os trens. A operação emergencial não terá hora para parar: tudo
dependerá do fluxo de passageiros. Os trens da CPTM circulam
das 4h à meia-noite.
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