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São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 2003

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Projeto é segunda chance para aluno obter um diploma
Eduardo Knapp/Folha Imagem
Jovem do projeto Afro Ascendentes, que tem verba de R$ 750 mil


DA REDAÇÃO

Para Danilo Benedicto, 21, o ingresso no programa Afro Ascendentes será a segunda tentativa de conseguir um diploma universitário.
Aprovado em economia da PUC-SP, ele teve de abandoná-lo no fim do primeiro ano por falta de dinheiro para as mensalidades -mesmo tendo bolsa de 70%. "Até hoje estou devendo", conta Benedicto, que agora quer se candidatar para vaga em administração pública da Fundação Getúlio Vargas.
Se conseguir, poderá ser o primeiro da família a conseguir um diploma -o pai é segurança e a mãe, auxiliar de enfermagem. Benedicto tem duas irmãs -uma está cursando direito. Eles moram em um apartamento próprio em um conjunto habitacional no Campo Limpo (zona sul de São Paulo).
Segundo informações da ONG Geledés, todos os alunos escolhidos em São Paulo pertencem às classes C e D e 40% moram na zona leste. As profissões mais comuns dos pais são as de eletricista, empregada doméstica, costureira e metalúrgico, embora uma boa parte esteja desempregada.
A ex-office-girl Débora dos Reis, 21, é um dos dois selecionados que moram em favela. Desempregada desde janeiro, fazia trabalho voluntário numa ONG de cultura popular quando foi selecionada. Com os pais desempregados, o sustento da família (ninguém tem curso superior) é garantido por uma das duas irmãs, que trabalha como auxiliar administrativa.
"O projeto é a oportunidade única para sair dessa realidade cruel que a gente vive", diz.
No Rio, a maioria dos escolhidos mora em favelas, como a Cidade de Deus, que teve três selecionados, e a do Complexo do Alemão, de onde foram recrutados oito estudantes. (FM)
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