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Professora adia viagem e pede isenção de multa
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com viagem ao Chile marcada para 15 de julho, a professora
de português Mariana Mendonça, 46, resolveu desfazer as
malas no Brasil mesmo.
"Seria absolutamente imprudente ir para um país onde o
número de casos foi até as nuvens", disse ela, que agora pretende levar o filho de oito anos
aonde não precisem ir de avião,
para se protegerem do contágio. "A prudência vai evitar que
isso se torne algo muito mais
agressivo do que está", afirma.
A boa vontade de Mariana,
porém, não é a mesma por parte de algumas agências e companhias aéreas, dispostas a cobrar multa por cancelamento e
taxas de remarcação de viagem.
A cobrança, diz ela, foi feita
quando solicitou à Lan Chile o
cancelamento da viagem. Ela
então solicitou que a multa não
seja cobrada, mas ainda não obteve resposta. A reportagem
procurou a empresa, mas também não obteve resposta.
Segundo Evandro Zuliani, diretor de atendimento do Procon-SP, o consumidor não deve
arcar com custo adicional em
caso de cancelamento de viagem devido à gripe suína. "Nenhuma empresa tem direito de
arriscar a saúde ou a vida do
consumidor", diz.
Caso as empresas insistam
na cobrança, deve-se procurar
o SAC (serviço de atendimento
ao consumidor) e, se não adiantar, o juizado especial ou o Procon. "A empresa pode tentar
remarcar ou negociar outro
destino desde que seja interessante e útil ao consumidor."
De acordo com Carlos Alberto Amorim Ferreira, presidente da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens), o
reflexo da gripe na Argentina e
no Chile deve ser sentido nos
próximos dias, "mas tudo dependerá de como o governo vai
conduzir a divulgação do vírus
e suas providências".
Ontem, no aeroporto de
Cumbica, o clima era de tranquilidade nas filas de check-in
de voos para Argentina e Chile.
O casal Antonio Affonseca,
31, e Flávia Wolf, 25, não cogitou desistir das férias de cinco
dias em Buenos Aires, apesar
da recomendação oficial, dos
apelos de familiares e de ter um
amigo que contraiu a doença lá.
"É uma gripe como qualquer
outra", afirmou o empresário.
A única precaução foi cancelar
os planos de ir a casas noturnas.
(MARIANA BARROS E RODRIGO VIZEU)
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