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Morte de austríaca foi "fatalidade", diz polícia
Segundo delegado, depoimento do irmão de Sophie Zanger, 4, deixa claro que menina caiu no banheiro acidentalmente
Polícia deverá indiciar hoje a tia e a prima da menina sob acusação de maus-tratos; em depoimento, elas negaram que agredissem a criança
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O delegado Agnaldo Ribeiro,
da 36ª Delegacia Policial do
Rio, disse ontem que a morte da
menina austríaca Sophie Zanger, 4, por traumatismo craniano foi uma "fatalidade".
Mesmo assim, ele deverá indiciar hoje Geovana dos Santos
Vianna, 42, e Lílian Vianna, 21,
tia e prima da menina, por
maus-tratos. Geovana tinha a
guarda de Sophie até a criança
ser hospitalizada no último dia
12, após a suposta queda no banheiro da casa que teria provocado a morte.
A menina era filha de Maristela dos Santos Vianna, 40, irmã de Geovana, com o austríaco Sascha Zanger. O pai disputava na Justiça brasileira a
guarda de Sophie e do filho de
12 anos, que também morava
com a tia.
""Pelos relatos que temos até
aqui, estou certo de que a menina era maltratada pelos familiares. Além de o irmão dela ter
dito isso, temos depoimentos
de vizinhos e a declaração dos
médicos que a atenderam relatando que a menina tinha marcas antigas de agressões."
Laudo
O delegado aguarda hoje o
laudo cadavérico de Sophie para pedir a prisão preventiva da
tia e da prima da criança. A pena prevista para o crime é de
prisão de dois meses a um ano
ou multa.
De acordo com o delegado, o
irmão de 12 anos disse que encontrou a menina trancada no
banheiro dois dias antes da
queda no local. Pelo depoimento, a menina estava de castigo
dentro do box.
""Se chegar à conclusão de
que a menina sofria maus-tratos diariamente, podemos pedir até crime de tortura", acrescentou o delegado. Já a punição
prevista neste caso é de dois a
oito anos de reclusão.
O delegado descartou a possibilidade de responsabilizar a
tia e a prima pela morte de Sophie. ""O irmão dela foi claro no
depoimento. O tombo no banheiro foi uma fatalidade."
Segundo o delegado, o menino relatou que estava sozinho
com a irmã no banheiro no momento da queda. Lílian estava
na casa e Geovana fazia compras. Geovana alega que cuidava das duas crianças porque a
irmã tem problemas mentais.
Maristela diz ter sido expulsa
da casa da família. Ela fugiu da
Áustria com os filhos em janeiro de 2008. Sascha veio para o
Brasil quando soube que a filha
fora internada, no dia 12, após
desmaiar no banheiro.
Inocência
Ontem, Geovana e Lílian
prestaram depoimento e negaram agressões à criança. ""A
morte foi uma fatalidade. O laudo mostrará isso", disse Lílian,
ao deixar a delegacia.
A casa dos tios de Sophie
amanheceu pichada ontem pelos próprios moradores do condomínio Santa Veridiana, em
Santa Cruz. No início da noite
de anteontem, moradores escreveram no portão da casa
com tinta branca as palavras
""assassina" e ""covardia".
""Estamos revoltados com a
frieza deles. Não se faz uma
barbaridade dessas com uma
criança", disse Edna Dias, 47,
que mora na rua ao lado da casa
em que Sophie vivia com os
tios. Apesar da revolta contra a
vizinha, Edna disse que nunca
presenciou nenhum confusão
protagonizada por Geovana.
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