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Denúncias nos surpreenderam, dizem conselheiros
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Os conselheiros tutelares
que atenderam as crianças austríacas e que recomendaram
que a guarda fosse mantida
com a tia se disseram surpresos
com a morte da menina e as denúncias de maus-tratos.
Márcia Regina Silva, 48, conta que, no dia 5 de março, Sophie e seu irmão foram levados
ao Conselho Tutelar do centro
do Rio por um um oficial de justiça e um policial federal.
O pedido para tirar as crianças da casa da tia partiu do advogado do pai, Ricardo Zamariola, 28 -o mesmo do caso
Sean-, que alegou que elas estariam sofrendo maus-tratos.
De acordo com Márcia, a alegação do advogado não se confirmou -não havia marcas nos
corpos das crianças e o menino,
o único a falar com conselheiros, negou que a tia os agredia.
Disse ainda, conforme registrado em documento do conselho, que o pai, o austríaco Sascha Zanger, abusava dele sexualmente -ao menos em duas
ocasiões, segundo o relato.
O depoimento foi dado um
dia após o menino e a irmã terem passado a noite num abrigo. No mesmo dia, também
prestaram depoimento a tia,
Geovana dos Santos Vianna, e o
marido, o guarda municipal Sizenando dos Santos Vianna.
Com base nos depoimentos e
no fato de o menino estar estudando, o juiz José Carlos Zebulum, da 27ª Vara Federal do
Rio, manteve a guarda das
crianças com a tia Geovana.
"Foi um encontro emocionante, a menina chamou o tio
de "pai". Assinei o termo de entrega e eles foram embora", disse Márcia. O caso então passou
a ser acompanhado pelo Conselho Tutelar de Santa Cruz,
onde mora a tia das crianças.
Marcelo Machado, conselheiro em Santa Cruz, também
disse que se surpreendeu com o
caso. Até o dia 12, quando Sophie foi levada desmaiada para
um posto médico, o acompanhamento indicava que as
crianças eram bem tratadas.
Segundo ele, a primeira denúncia de maus-tratos ocorreu um
dia após Sophie ser internada.
O advogado Zamariola confirma que o conselho o avisou
sobre a acusação de abuso sexual feita pelo menino. Por
conta disso, diz, pediu à Justiça
que todos os envolvidos passassem por exames psicológicos,
inclusive o pai. Ainda não há
previsão para a realização desses exames.
Segundo o advogado, Anayá
Rocha, mãe adotiva de Maristela Viana -ex-mulher do austríaco-, obteve a guarda das
crianças na semana passada.
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