São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 2009

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Denúncias nos surpreenderam, dizem conselheiros

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Os conselheiros tutelares que atenderam as crianças austríacas e que recomendaram que a guarda fosse mantida com a tia se disseram surpresos com a morte da menina e as denúncias de maus-tratos.
Márcia Regina Silva, 48, conta que, no dia 5 de março, Sophie e seu irmão foram levados ao Conselho Tutelar do centro do Rio por um um oficial de justiça e um policial federal.
O pedido para tirar as crianças da casa da tia partiu do advogado do pai, Ricardo Zamariola, 28 -o mesmo do caso Sean-, que alegou que elas estariam sofrendo maus-tratos.
De acordo com Márcia, a alegação do advogado não se confirmou -não havia marcas nos corpos das crianças e o menino, o único a falar com conselheiros, negou que a tia os agredia.
Disse ainda, conforme registrado em documento do conselho, que o pai, o austríaco Sascha Zanger, abusava dele sexualmente -ao menos em duas ocasiões, segundo o relato.
O depoimento foi dado um dia após o menino e a irmã terem passado a noite num abrigo. No mesmo dia, também prestaram depoimento a tia, Geovana dos Santos Vianna, e o marido, o guarda municipal Sizenando dos Santos Vianna.
Com base nos depoimentos e no fato de o menino estar estudando, o juiz José Carlos Zebulum, da 27ª Vara Federal do Rio, manteve a guarda das crianças com a tia Geovana.
"Foi um encontro emocionante, a menina chamou o tio de "pai". Assinei o termo de entrega e eles foram embora", disse Márcia. O caso então passou a ser acompanhado pelo Conselho Tutelar de Santa Cruz, onde mora a tia das crianças.
Marcelo Machado, conselheiro em Santa Cruz, também disse que se surpreendeu com o caso. Até o dia 12, quando Sophie foi levada desmaiada para um posto médico, o acompanhamento indicava que as crianças eram bem tratadas. Segundo ele, a primeira denúncia de maus-tratos ocorreu um dia após Sophie ser internada.
O advogado Zamariola confirma que o conselho o avisou sobre a acusação de abuso sexual feita pelo menino. Por conta disso, diz, pediu à Justiça que todos os envolvidos passassem por exames psicológicos, inclusive o pai. Ainda não há previsão para a realização desses exames.
Segundo o advogado, Anayá Rocha, mãe adotiva de Maristela Viana -ex-mulher do austríaco-, obteve a guarda das crianças na semana passada.


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