São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2010

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FRANCISCO EDSON CURCIO (1929-2010)

Um dentista paulistano que atuou em 22 filmes

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Cabia a Francisco Curcio, como funcionário público, cuidar da dentição de seus pacientes. Já fora do expediente, ele se dedicou ao teatro, TV e cinema. Dos anos 60 aos 80, atuou em 22 filmes.
Paulistano, Chiquinho, como era chamado em família, formou-se em odontologia pela USP. Quando estudante, fez teatro amador. Não abandonou a paixão pela dramaturgia após ser contratado como dentista pela Secretaria de Estado da Saúde.
Nunca houve conflito de horário: o dentista-ator sabia conciliar suas atividades.
Em 1954, ajudou a criar o teatro da igreja do Calvário. Nos anos 60, trabalhou em várias peças, como "O Auto da Compadecida", "Os Ossos do Barão" e "A Ratoeira".
A estreia no cinema foi em 1967, no filme "O Quarto", de Rubem Biáfora. Em meados dos anos 70, por sua atuação em "O Leito da Mulher Amada", ganhou um prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) como melhor ator coadjuvante.
Na TV Tupi, dirigiu um teleteatro infantil chamado "Era Uma Vez", e foi jurado em outro programa. Na Globo, atuou no humorístico "Planeta dos Homens", usando máscara de macaco.
Chiquinho sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) no começo da década de 80, que lhe tirou os movimentos do lado direito do corpo. Aposentou-se no trabalho e encerrou a carreira de ator. Teve de reaprender a viver.
Em casa, trabalhava em miniaturas que demoravam anos para ficar prontas. Numa delas, reconstituiu a Santa Ceia em massinha.
Na segunda, sofreu um infarto, aos 80. Não teve filhos.

coluna.obituario@uol.com.br


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