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FRANCISCO EDSON CURCIO (1929-2010)
Um dentista paulistano que atuou em 22 filmes
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Cabia a Francisco Curcio,
como funcionário público,
cuidar da dentição de seus
pacientes. Já fora do expediente, ele se dedicou ao teatro, TV e cinema. Dos anos 60
aos 80, atuou em 22 filmes.
Paulistano, Chiquinho, como era chamado em família,
formou-se em odontologia
pela USP. Quando estudante, fez teatro amador. Não
abandonou a paixão pela
dramaturgia após ser contratado como dentista pela Secretaria de Estado da Saúde.
Nunca houve conflito de
horário: o dentista-ator sabia
conciliar suas atividades.
Em 1954, ajudou a criar o
teatro da igreja do Calvário.
Nos anos 60, trabalhou em
várias peças, como "O Auto
da Compadecida", "Os Ossos
do Barão" e "A Ratoeira".
A estreia no cinema foi em
1967, no filme "O Quarto", de
Rubem Biáfora. Em meados
dos anos 70, por sua atuação
em "O Leito da Mulher Amada", ganhou um prêmio da
APCA (Associação Paulista
de Críticos de Arte) como melhor ator coadjuvante.
Na TV Tupi, dirigiu um teleteatro infantil chamado
"Era Uma Vez", e foi jurado
em outro programa. Na Globo, atuou no humorístico
"Planeta dos Homens",
usando máscara de macaco.
Chiquinho sofreu um AVC
(acidente vascular cerebral)
no começo da década de 80,
que lhe tirou os movimentos
do lado direito do corpo.
Aposentou-se no trabalho e
encerrou a carreira de ator.
Teve de reaprender a viver.
Em casa, trabalhava em
miniaturas que demoravam
anos para ficar prontas. Numa delas, reconstituiu a Santa Ceia em massinha.
Na segunda, sofreu um infarto, aos 80. Não teve filhos.
coluna.obituario@uol.com.br
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