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CASO OLIVETTO
Hipótese é que sequestradores tenham recebido apoio de traficantes em Serra Negra (SP), onde se instalaram
Promotor apura elo entre grupo e tráfico
DA REPORTAGEM LOCAL
Os sequestradores do publicitário Washington Olivetto podem
ter recebido apoio e proteção de
líderes do tráfico de drogas em
Serra Negra (150 km de São Paulo). O grupo escolheu essa cidade
para montar o seu QG. Foi ali que
os seis sequestradores foram presos, por acaso, pela Polícia Militar.
A suposta ligação está sendo investigada pelo Ministério Público
de Serra Negra e pelo Gaerco
(Grupo de Ação e Combate Regional ao Crime Organizado) de
Campinas. Com essa apuração, a
Promotoria quer esclarecer por
que o grupo escolheu Serra Negra
para montar o seu comando.
Os promotores começaram a
investigação pela chácara onde os
sequestradores foram presos, em
fevereiro. Segundo o promotor de
Serra Negra Michel Betenjane Romano -que não quis dar detalhes-, os sequestradores teriam
recebido orientação de traficantes
quando chegaram à cidade.
A chácara teria sido uma indicação de líderes do tráfico, segundo
o promotor. "Eles não instalaram
o QG deles aqui por acaso." Segundo a investigação, o grupo local de traficantes só deu apoio,
sem se envolver no sequestro.
Romano acredita que pode ter
ocorrido uma "parceria provisória" entre os dois grupos, mas ainda não se sabe o que os traficantes
receberam em troca. "Eles teriam
vindo para cá porque teriam alguma forma de fuga facilitada e um
esquema de proteção", disse.
O grupo que teria ajudado os sequestradores, segundo a Promotoria, é integrado por pessoas processadas ou presas por tráfico.
Romano diz que a organização do
tráfico na região cresceu muito
nos últimos dois anos. "É uma
quadrilha de tráfico interestadual,
que traz a droga do Norte do país
e distribui a partir daqui."
Ele acredita que os traficantes
sabiam que se tratava de um sequestro. "A gente supõe que, se
eles [traficantes" permitiram que
entrassem aqui e permanecessem, é porque sabiam qual era o
objetivo", disse.
O advogado dos sequestradores
de Olivetto, Iberê Bandeira de
Mello, afirmou ontem que "não
existe a menor hipótese de a ligação existir". Segundo ele, não há
nenhum indício que mostre que o
grupo teve apoio de traficantes.
"Se existisse essa ligação, eles não
precisariam ter apresentado documentação falsa para alugar a
chácara", disse o advogado.
O grupo só foi preso porque um
homem que fazia bico em uma
imobiliária avisou policiais militares que estrangeiros tentavam
alugar uma chácara sem apresentar documentos.
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