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São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2003

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"Qualquer um de nós poderia ter morrido"

ANDRÉ PORTO
DO "AGORA"

Parecia só mais uma reportagem de rotina. Parecia. Às 11h, quando cheguei ao terreno invadido no ABC, encontrei outros colegas, inclusive La Costa. Logo fiquei sabendo que os sem-teto não queriam conversar com a imprensa. Como todos, aguardei horas em frente ao portão.
Em um momento, La Costa se afastou dali -provavelmente para tentar alguma imagem de outro ângulo. Voltou. Em seguida, o assassino apareceu. Foi tudo muito rápido. Quando vi, o homem, de capa, havia sacado um revólver e atirado em La Costa, que estava bem ao meu lado.
De máquina em punho, tive duas reações instintivas. As pernas moveram-se para trás, mas o dedo começou a disparar, a fotografar. Não quis olhar para a cena. Minutos depois de o colega ser levado para o hospital, eu e os outros fotógrafos ainda parecíamos não entender o ocorrido. Algo, porém, era muito claro: qualquer um de nós poderia ter morrido ali.


André Porto, 30, é repórter-fotográfico do "Agora" e testemunhou o assassinato de Luis Antônio da Costa


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