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No ABC, movimento se diz "irmão" do MST
DA REPORTAGEM LOCAL
O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), responsável pela invasão do terreno da
Volkswagen em São Bernardo do
Campo (ABC paulista), surgiu em
Campinas (a 95 km de São Paulo),
durante uma megaocupação organizada em 1997, e é conhecido
entre as entidades de moradia como se fosse um "braço urbano"
do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Esse "apelido" é rejeitado pela
liderança do grupo, já que, embora princípios e idéias sejam os
mesmos, não há vínculo formal
entre eles. "Não há relação orgânica, mas somos irmãos do MST.
Temos um relacionamento estreito. Muitos militantes vieram de lá.
É uma filosofia muito parecida",
explica Eduardo Cardoso, um dos
coordenadores do MTST.
O movimento ficou nacionalmente famoso por liderar a invasão a um shopping e a um supermercado em agosto de 2000 para
"protestar contra a sociedade de
consumo". O site do grupo elenca
como um dos objetivos "combater a máquina de produção de miséria nos centros urbanos".
O MTST se diferencia dos principais movimentos por moradia
porque não invade para discutir
com os governos. "Não fazemos
ocupação como forma de pressão
e negociação. Ela serve para atender diretamente aos que não têm
teto, que precisam da terra de
imediato, e não para obter moradia a médio prazo", diz Cardoso.
A organização das ocupações se
baseia nos modelos dos assentamentos do MST. O objetivo é criar
agrovilas -espaços de convivência onde eles fariam hortas e atividades de educação, cultura e arte.
O MTST ficou conhecido também por ocupações recentes e
persistentes na Grande São Paulo.
Em 2001, após invasões em Guarulhos, formaram o acampamento batizado de Anita Garibaldi.
Em julho de 2002, ocuparam
um terreno num bairro de classe
alta em Osasco. Foram retirados
no final do ano e levados para
Guarulhos, de onde foram despejados no começo deste ano. Em
março, fizeram nova ocupação
em Osasco, criando um acampamento chamado Carlos Lamarca.
A maioria dos líderes do MTST
não é filiada a partidos políticos,
mas há militantes de partidos de
esquerda no movimento.
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