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Túneis de SP estão sujos e malconservados
DO "AGORA"
Túneis e passagens subterrâneas de São Paulo estão escuros, pouco sinalizados, malconservados e com o sistema de segurança precário. Foi o que
constatou a reportagem, que
percorreu 19 túneis reconhecidos pela Siurb (Secretaria de
Infra-Estrutura Urbana e
Obras da cidade de São Paulo).
Inaugurado em 1938, o túnel
9 de Julho-Daher Cutait é um
exemplo da degradação. Algumas placas da passagem lateral
estão soltas e os azulejos das
paredes centrais, imundos.
Quem segue para o centro vê
um ambiente claro e bem iluminado, mas, na volta para o
bairro, a realidade é outra: 34
lâmpadas queimadas e quatro
luminárias quebradas.
Foi encontrada sujeira em
todos os túneis visitados. A situação mais grave é a do
Anhangabaú, inaugurado em
88: papelão nas calçadas e garrafas nos ralos de água, com
grades de concreto rachadas e
largadas no local.
O vandalismo e a manutenção precária mudaram o visual
de dois túneis inaugurados em
2004: o Max Feffer, na avenida
Cidade Jardim, e o Fernando V.
Mello, na av. Eusébio Matoso.
Lá, extintores de incêndio já foram furtados e as mangueiras
dos hidrantes sumiram.
A falta de segurança é comum. Apenas três tinham a estrutura necessária (espaços para hidrante, mangueira e extintor): o Maria Maluf e os dois túneis das avenidas Cidade Jardim e Eusébio Matoso. Câmeras de vídeo são raras.
Se o asfalto das pistas está em
bom estado, a sinalização, em
geral, é ruim. Não há placas ou
luminosos indicando a velocidade máxima permitida na
maioria. Quando há, a placa está suja ou avariada. Nenhum
dos túneis visitados estava em
perfeito estado de conservação.
Outro lado
Órgão responsável pela limpeza, conservação e manutenção dos túneis, a Siurb reconhece que eles estão sujos e que o
cronograma de manutenção
está atrasado. Mas afirmou que
em três meses a situação estará
normalizada.
Renato Roberto Mazzini,
coordenador de serviços de túneis, explica que a prioridade
da atual gestão, até agora, foi a
prevenção. Segundo ele, estão
sendo realizados o conserto de
bombas de água e ventiladores.
A lavagem e a conservação, por
ora, ficaram de lado.
"Temos um problema sério
com a iluminação. Fios e luminárias são retirados. O estoque
não é suficiente para repor
grandes furtos", admitiu Mazzini. "Quando levam 200 metros de cabos, não estamos preparados. E, para comprar, demora", completou. Segundo o
coordenador, o orçamento prevê apenas a prevenção e a correção de pequeno porte, mas
vandalismos e acidentes podem provocar danos maiores.
(RODRIGO RAINHO)
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