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Agora, TAM faz restrições a Congonhas
Empresa, que, após o acidente, havia defendido uso do aeroporto, decide não pousar na pista principal em caso de chuva
Presidente da companhia, Marco Antonio Bologna negou que houvesse pressão das empresas para impor o uso do aeroporto
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de deixar a missa na
catedral da Sé em memória das
vítimas do vôo 3054 no último
domingo sem dar entrevista, o
presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, falou ontem sobre indenizações, tráfego de
aviões e da investigação.
Durante a entrevista, Bologna também falou da demora na
divulgação na lista de passageiros, da identificação dos mortos no Instituto Médico Legal e
do reversor do Airbus-A320.
Bologna também comentou
a decisão da companhia aérea,
referendada pelos pilotos, de
desviar pousos para o aeroporto de Cumbica (Guarulhos).
Na semana passada, no dia
seguinte à queda do avião, Bologna havia dito que "sempre
decolamos ou pousamos quando [o aeroporto] se encontra
devidamente aberto e autorizado pela Infraero".
A entrevista de ontem foi dada depois de um ato multirreligioso na Assembléia Legislativa, no sétimo dia depois do acidente com o Airbus.
Bologna aproveitou para responder ao presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos
Pereira, que pela manhã afirmara que a decisão da TAM de
transferir pousos de Congonhas para Guarulhos era "jogada de marketing".
"Não é marketing se a nossa
área de operações, nossos chefes de equipamento sentem
que têm uma necessidade de
maior segurança, de alternar.
Estamos respeitando os nossos
tripulantes. É soberana a decisão do comandante." Leia abaixo trechos da entrevista.
LISTA DE PASSAGEIROS
A dificuldade inicial que tivemos, principalmente em Porto
Alegre, foi o fato de que a listagem de confirmação de embarque sai dos cartões de embarque propriamente ditos. E naquele momento tivemos a infelicidade de o nosso diretor local, Marco Antonio, estar nesse
vôo. [Isso] deixou os funcionários bastante impactados. Um
0800 foi disponibilizado a todos que buscavam informações. Num primeiro instante tivemos 30% de trote, que causou congestionamento.
INDENIZAÇÕES
O seguro é uma apólice bastante ampla. É um seguro de
responsabilidade civil, de valor
absolutamente adequado à cobertura de todas as vítimas,
tanto as vítimas em vôo, quanto
as vítimas em terra. Não existem ninguém desabrigado. Em
nenhum momento a TAM vai
exigir a quitação. Aquele que
quiser um adiantamento imediato, que seja feito. E depois de
toda a negociação, se ele achar
que o valor é indevido, ele também tem direito. Tivemos hoje
quatro reuniões agendadas
com as famílias. Uma indenização já aconteceu, uma quitação
já aconteceu.
PISTA DE CONGONHAS
No dia 18, a Infraero passou a
adotar um procedimento de fechar a pista principal assim que
houvesse chuva. Nesse mesmo
dia, a TAM emitiu um boletim
de operações técnicas em que
passamos, a partir do momento
em que houver chuva no aeroporto, a deixar de operar na pista principal.
REVERSOR
Não existe nenhum avião que
esteja voando com alguma restrição. Na pista principal, ele
poderia operar inclusive sem os
dois reversos. Todos os aviões
da TAM estão em condições de
navegabilidade. No momento
não temos nenhum avião pinado [com o reversor travado]. Se
tivesse, ele poderia estar voando dependendo das condições
de meteorologia, de pista, de
peso, de água, conforme estabelecido pelo fabricante e pela
própria autoridade aeroportuária.
LOBBY DAS EMPRESAS
Em nenhum momento fizemos pressão para parar em
Congonhas, nunca houve essa
pressão por operação nem por
parte da TAM nem por parte
das companhias aéreas. O sistema de aviação é integrado entre
várias partes. Tem uma operadora, tem um provedor aeroportuário, tem um provedor de
controle de espaço aéreo. E tem
de existir entre nós uma regra
de conduta de como operar.
REDUÇÃO DE TRÁFEGO
A discussão maior sobre
Congonhas é uma discussão
que já foi até endereçada pela
Presidência da República, pelo
Conselho Nacional da Aviação
Civil, pela Anac, pela Infraero,
de fazer uma revisão nesse aeroporto em termos de número
de operações, em termos de horários de utilização, talvez de
algumas reformas a mais. Vamos cair para 33 operações por
hora. Lembro que esse aeroporto já chegou a ter 62 operações por hora.
PILOTOS
O piloto, o comandante do
avião, mesmo com o aeroporto
declarado aberto, se ele quiser
um procedimento alternado,
não existe nenhum tipo de exigência. Todos os pilotos da
TAM não sofrem nenhuma
pressão para pousar ou deixar
de pousar. Se ele psicologicamente não se sentir confortável, ele está autorizado a não
decolar, a não comparecer ao
trabalho. Isso acontece em alguns casos. Já aconteceu casos
de cancelarmos o vôo.
IDENTIFICAÇÃO
Uma empresa americana que
auxilia nessa parte de identificação, não só de identificação
de corpos mas também na
identificação de materiais dos
familiares, encontra-se no Brasil. A TAM está com todos os
seus recursos disponibilizados
para qualquer exame.
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