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Passagens aéreas em Congonhas estão entre as mais caras do país
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Congonhas é um dos aeroporto mais interessantes, do
ponto de vista econômico, para
as companhias, mostra estudo
do Nectar (Núcleo de Estudos
em Competição e Regulação do
Transporte Aéreo), do ITA
(Instituto Tecnológico de Aeronáutica): as passagens dos
vôos partindo ou chegando do
local estão entre as mais caras.
Segundo Alessandro Oliveira, economista-chefe do Nectar, isso acontece por conta do
aeroporto ser em São Paulo,
onde existe o maior número de
passageiros embarcados do
Brasil, e estar bem localizado,
na zona sul de SP. Como conseqüência, todas as companhias
aéreas querem operar lá.
Como a demanda de passageiros é maior, os preços praticados pelas companhias também são maiores. Não por acaso, as empresas aéreas vêm resistindo há anos ao esvaziamento de Congonhas. A ponte
aérea Rio-São Paulo, operada
de Congonhas, por exemplo, é
considerada uma das rotas
mais lucrativas do Brasil.
"É extremamente difícil hoje
conseguir autorização para
pousar ou decolar em Congonhas. Com o chamado duopólio
entre TAM e Gol [essas companhias aéreas possuem 91,87%
dos vôos domésticos, incluída
nessa conta a Varig, recém-comprada pela Gol] essa dificuldade se acentuou", afirma
Oliveira. "Nesse cenário, Congonhas é mesmo um aeroporto
mais caro do que a média".
No estudo, realizado em
2006, Oliveira analisou preços
de trechos ligando os aeroportos de Congonhas, Cumbica,
em Guarulhos (SP), Belém
(PA), Manaus (AM) e São Luís
(MA), ou seja, das rotas de longo curso dentro do Brasil.
Além de descobrir que os
pousos e as decolagens em
Congonhas tinham as tarifas
mais altas, Oliveira também
chegou à conclusão que são os
viajantes a trabalho que pagam
mais pelas passagens, já que
compram mais em cima da hora do que os passageiros a lazer.
O economista-chefe do Nectar também realizou um outro
levantamento que mostra que
Congonhas e o aeroporto de
Brasília, que é muito demandado, respondem por cerca de
20% dos vôos no país. Considerando-se que há quase 140 aeroportos no Brasil, é uma concentração impressionante.
A situação se reflete no conforto do passageiro: segundo a
Infraero, nos momentos de pico, cada passageiro tem apenas
1,2 m2 de espaço na área de fila
de check-in e 0,8 m2 na sala de
embarque para se movimentar.
"As aeronaves passam por
Congonhas para fazer conexão,
e isso barateia o custo com
aviões. Aeronave no chão é perda de dinheiro. As companhias
perdem competitividade com a
mudança [o governo determinou o fim das conexões em
Congonhas]", diz Marco Barbosa, analista da Coinvalores.
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