São Paulo, terça-feira, 24 de julho de 2007

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Passagens aéreas em Congonhas estão entre as mais caras do país

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

Congonhas é um dos aeroporto mais interessantes, do ponto de vista econômico, para as companhias, mostra estudo do Nectar (Núcleo de Estudos em Competição e Regulação do Transporte Aéreo), do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica): as passagens dos vôos partindo ou chegando do local estão entre as mais caras.
Segundo Alessandro Oliveira, economista-chefe do Nectar, isso acontece por conta do aeroporto ser em São Paulo, onde existe o maior número de passageiros embarcados do Brasil, e estar bem localizado, na zona sul de SP. Como conseqüência, todas as companhias aéreas querem operar lá.
Como a demanda de passageiros é maior, os preços praticados pelas companhias também são maiores. Não por acaso, as empresas aéreas vêm resistindo há anos ao esvaziamento de Congonhas. A ponte aérea Rio-São Paulo, operada de Congonhas, por exemplo, é considerada uma das rotas mais lucrativas do Brasil.
"É extremamente difícil hoje conseguir autorização para pousar ou decolar em Congonhas. Com o chamado duopólio entre TAM e Gol [essas companhias aéreas possuem 91,87% dos vôos domésticos, incluída nessa conta a Varig, recém-comprada pela Gol] essa dificuldade se acentuou", afirma Oliveira. "Nesse cenário, Congonhas é mesmo um aeroporto mais caro do que a média".
No estudo, realizado em 2006, Oliveira analisou preços de trechos ligando os aeroportos de Congonhas, Cumbica, em Guarulhos (SP), Belém (PA), Manaus (AM) e São Luís (MA), ou seja, das rotas de longo curso dentro do Brasil.
Além de descobrir que os pousos e as decolagens em Congonhas tinham as tarifas mais altas, Oliveira também chegou à conclusão que são os viajantes a trabalho que pagam mais pelas passagens, já que compram mais em cima da hora do que os passageiros a lazer.
O economista-chefe do Nectar também realizou um outro levantamento que mostra que Congonhas e o aeroporto de Brasília, que é muito demandado, respondem por cerca de 20% dos vôos no país. Considerando-se que há quase 140 aeroportos no Brasil, é uma concentração impressionante.
A situação se reflete no conforto do passageiro: segundo a Infraero, nos momentos de pico, cada passageiro tem apenas 1,2 m2 de espaço na área de fila de check-in e 0,8 m2 na sala de embarque para se movimentar.
"As aeronaves passam por Congonhas para fazer conexão, e isso barateia o custo com aviões. Aeronave no chão é perda de dinheiro. As companhias perdem competitividade com a mudança [o governo determinou o fim das conexões em Congonhas]", diz Marco Barbosa, analista da Coinvalores.


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