São Paulo, sexta-feira, 24 de julho de 2009

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Reino Unido prende 3 por envio de lixo tóxico para o Brasil

"Não queremos exportar o nosso lixo, não vamos importar o lixo dos outros", diz o presidente Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, NO GUARUJÁ

A Agência Ambiental Britânica prendeu ontem três homens na investigação sobre os 89 contêineres enviados para o Brasil nos últimos meses com lixo doméstico e hospitalar. A agência não revelou a identidade dos três detidos.
O órgão britânico informou que quer fazer uma apuração sobre o caso "assim que os contêineres forem liberados pelas autoridades brasileiras" e voltarem à Inglaterra.
"As transportadoras marítimas contratadas para o transporte dos contêineres da Inglaterra para o Brasil concordaram em repatriar o carregamento de volta ao Reino Unido às suas próprias custas", disse a agência, em nota divulgada pela embaixada britânica.
A embaixada não comentou a decisão do Brasil de denunciar o Reino Unido por tráfico de resíduos perigosos na secretaria da Convenção da Basileia.

Críticas brasileiras
Em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a realização de uma "investigação séria" sobre o caso, envolvendo Ministério do Meio Ambiente, Polícia Federal e Ministério Público.
"Nós não queremos exportar o nosso lixo, não vamos importar o lixo dos outros", disse. "Quem vai reciclar uma camisinha? Quem vai reciclar um lixo hospitalar, pegar uma seringa, reciclar e aplicar de novo?"
O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) disse ontem que o envio de cargas de lixo da Inglaterra para o Brasil é uma espécie de "racismo ambiental". Minc esteve num terminal do porto de Santos (SP), onde estão 41 contêineres com lixo. Outros 48 com o mesmo tipo de material permanecem em Caxias do Sul e Rio Grande (RS).
Minc disse considerar uma "vergonha" que países ricos, com posições pró-ambiente, enviem resíduos a nações em desenvolvimento. "Eles [Reino Unido] desleixaram a saída de um material ilegal. Enquanto país e órgão de fiscalização, falharam profundamente."
(LARISSA GUIMARÃES, CATIA SEABRA e FELIPE BÄCHTOLD)


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