da Folha Campinas

A Procuradoria Geral de Justiça deve denunciar hoje o promotor Igor Ferreira da Silva, 31, acusado de ter assassinado a sua mulher, Patrícia Aggio Longo, em maio, com dois tiros na cabeça. Segundo a polícia, deve ser oferecida denúncia por homicídio.
Denúncia é a proposta para que seja iniciado processo contra o acusado por um crime.
O crime aconteceu em Atibaia (a 65 km de São Paulo) no dia 4 de maio, quando o casal voltava da capital e passava em frente do condomínio Shangrilá, próximo do km 45 da rodovia Fernão Dias.
Patrícia estava grávida de oito meses. Cirurgia de emergência não conseguiu salvar seu bebê.
Segundo a polícia, as duas últimas testemunhas do caso foram ouvidas anteontem. A primeira foi uma amiga do casal e a outra um morador de Atibaia que disse ter presenciado uma cena de briga entre Silva e Patrícia. Seus nomes não foram revelados para preservar as testemunhas.
No total, a Procuradoria ouviu cerca de 15 pessoas sobre o caso.
Os pais de Patrícia e os irmãos da advogada foram ouvidos no início da semana. A família manteve o apoio ao promotor.
Um indício material contra o promotor, segundo a polícia, seria o terno usado por Silva na noite do assassinato. Apesar de o Instituto de Criminalística não ter encontrado resíduos de pólvoras no terno, foi comprovado que o promotor entregou outro terno à Procuradoria, e não o que usava no dia.

Outro lado

O advogado do promotor, Roberto Joacir Grassi, 59, disse achar que a Procuradoria está agindo de forma irregular, pois ainda não teve acesso ao inquérito de acusação contra Igor Ferreira da Silva.
Ele negou as denúncias contra o promotor e afirmou que as acusações não passam de boatos. "Ainda não tive acesso a nenhum fato concreto, nem aos laudos ou ao inquérito. Quem está julgando é a própria Gestapo", disse.
Segundo ele, a acusação de que Silva teria agredido fisicamente a mulher, por enquanto, é "boato". "Acho que se a Procuradoria tivesse tanta certeza de que Igor é o culpado pela morte de Patrícia, já teria pedido sua prisão", disse.



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