São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2004

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Grupo faz vigília para lembrar vítimas de ataque

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Uma vigília para lembrar os recentes ataques reuniu, na noite de ontem, na região da praça da Sé, centenas de representantes de entidades religiosas e ligadas aos direitos humanos.
O grupo percorreu por quase quatro horas as ruas onde ocorreram os ataques e tentava, entre uma oração e outra, convencer as pessoas a ir aos albergues.
O senador Eduardo Suplicy (PT), por exemplo, convenceu Carlos José Gonçalves, 47, que estava na rua do Carmo, a ir para uma unidade municipal.
Alheio ao cortejo que orava ao seu lado e sem conhecer o senador, Gonçalves disse que nunca havia ido a um albergue. Suplicy o acompanhou até um posto da PM, que o encaminhou.
O ato foi encerrado na praça da Sé, onde várias pessoas dormiam em cima dos bancos, também em vigília, com medo de serem atacadas durante a noite. "Ficamos sempre em grupo e enquanto uns dormem outros permanecem acordados protegendo os amigos", relatou o morador de rua Ricardo Souza Silva, 28, que passou a madrugada de ontem em claro.
Sentada em cima da mancha de sangue que indicava o local da morte de sua colega, Maria, atacada no domingo na rua Barão de Iguape, Shirlei Soares Moraes, 54, não demonstrava estar preocupada com a situação. Disse ter ficado chocada com a agressão, mas afirma que não sairá do local. "Tá acontecendo isso em todo lugar, prefiro continuar aqui."


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