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Sindicato diz que tentará "convencer" Câmara
DA REPORTAGEM LOCAL
O Sepex (Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior)
disse que vai tentar "convencer" os vereadores de que a proposta do prefeito Gilberto Kassab (PFL) que restringe a publicidade em São Paulo é radical.
Caso a investida não funcione,
e a lei for aprovada como está, a
entidade cogita ir à Justiça para
conseguir barrá-la.
"Vamos atuar no convencimento dos vereadores. Defendemos um [projeto] substitutivo", afirmou Júlio Albieri, presidente da entidade. "Enquanto a lei não for aprovada, os nossos advogados não podem fazer
nada. Agora, se o projeto passar
do jeito que está, temos argumentos para, se for preciso,
usar a Justiça."
Ele não revelou quais argumentos usará caso busque a
Justiça contra a lei de Kassab.
Adiantou, porém, que o projeto
pode ser inconstitucional porque prevê renúncia de receita
municipal -a tese é a mesma
de Dalton Silvano (PSDB), opositor do projeto na Câmara.
Albieri diz ser favorável a
uma fiscalização correta e intensa da lei de poluição visual,
em vez do endurecimento da
legislação. "Se [a prefeitura]
quiser fazer um acordo conosco, vamos retirar um número
grande de anúncios irregulares." Ele estima que, no comércio, 60% dos anúncios publicitários sejam ilegais.
Ainda de acordo com o presidente do Sepex, a lei permitirá
a sobrevivência apenas de gigantes do setor publicitário, ao
colocar em disputa, por meio
de concorrência pública, a exploração do mobiliário urbano
municipal. Albieri calcula que,
para participar da concorrência, uma empresa precise ter
entre US$ 50 milhões e US$ 70
milhões para investimento. A
prefeitura diz não ser possível
fazer conjecturas -não está
claro, por ainda não haver edital, se a concorrência dará o
serviço a uma única empresa
ou a se a concessão dividirá a cidade em setores.
Para a Associação Brasileira
de Anunciantes, o projeto não
passa em segundo turno da forma como está, afirma, Rafael
Sampaio, vice-presidente-executivo da entidade, que acompanhou parte da sessão.
""O projeto é completamente
sem pé nem cabeça", diz. Segundo ele, é inexequível acabar
com toda a mídia exterior em
uma cidade como São Paulo.
Para Sampaio, a intenção do
prefeito Gilberto Kassab (PFL)
foi de apresentar um projeto rigoroso para poder negociar um
abrandamento das restrições.
""Não acho que quem está no
comando da prefeitura possa
ter tão pouco bom senso. Espero que haja bom senso."
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