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Kassab quer 5 novos corredores de ônibus
A menos de 14 meses das eleições, prefeito lança plano que abrange 53 km de novas pistas e supera R$ 300 milhões
Programa inclui avenidas de
locais considerados nobres,
como Luís Carlos Berrini
(zona sul), Brigadeiro Faria
Lima e Sumaré (zona oeste)
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A gestão Gilberto Kassab
(DEM) decidiu lançar, a menos
de 14 meses das eleições, um
plano acelerado para construir
novos corredores de ônibus em
São Paulo, em um projeto que
abrange 53 km de novas pistas
exclusivas e investimentos que
vão superar R$ 300 milhões.
O novo programa, que deve
espalhar canteiros de obras nos
próximos meses, atinge avenidas movimentadas, inclusive
de regiões consideradas nobres
-como Brigadeiro Faria Lima
e Sumaré, na zona oeste, Luís
Carlos Berrini, na zona sul, e
Brás Leme, na zona norte.
Os detalhes foram acertados
depois da troca da cúpula do
transporte, com a saída do então secretário Frederico Bussinger e a entrada, há uma semana, de Alexandre de Moraes.
O discurso da prefeitura é de
que a licitação para os cinco novos corredores será feita ainda
neste segundo semestre, para
que as obras possam começar e,
assim, boa parte delas até terminar no ano que vem, quando
haverá eleição municipal.
O atual prefeito repete, com
os novos investimentos, a estratégia política da ex-prefeita
Marta Suplicy (PT), que fez da
expansão de novas pistas exclusivas de transportes coletivos
uma de suas principais bandeiras, principalmente para as
classes mais baixas, também às
vésperas da eleição.
O transporte coletivo em São
Paulo registrou rejeição de 51%
dos moradores em pesquisa
Datafolha deste mês, o pior patamar desde 2000.
O corredor das avenidas Indianópolis, Brasil e Sumaré deverá ter a maior extensão dentre todos os cinco novos: 18,7
km, saindo do terminal Jabaquara em direção aos bairros da
Vila Mariana, Pinheiros e Lapa.
O mais caro (que possui um
custo estimado em R$ 116 milhões, entre projetos e obras)
vai ser na zona leste, saindo da
avenida Marechal Tito em direção às avenidas São Miguel,
Celso Garcia, Rangel Pestana e
rua do Gasômetro, na Mooca.
Além deles, estarão programadas as pistas de ônibus Corifeu/Jaguaré/Faria Lima (ao
custo de R$ 66 milhões, com
14,4 km), Berrini (R$ 25,5 milhões, com 3 km, saindo do
Shopping Morumbi à rua Gomes de Carvalho) e avenida
Brás Leme (R$ 19 milhões, com
4 km, da Voluntários da Pátria
até a rua Eduardo Viana).
Os novos corredores com faixas à esquerda são uma continuidade do plano traçado na última administração petista.
Por um lado, costumam ter a
aprovação de especialistas devido à prioridade ao transporte
coletivo. Por outro, pode haver
resistência de motoristas com
redução de espaço dos carros.
Esse tipo de obra também é
de interesse direto das empresas de ônibus, que vêem nessas
faixas exclusivas uma forma de
atrair mais passageiros, de perder menos tempo nos congestionamentos e de gastar menos
com combustível, por exemplo.
A lentidão para obras deste
tipo era uma das críticas das
viações ao ex-secretário Bussinger. Pedro Kassab, irmão do
atual prefeito, é um dos principais consultores dos empresários de ônibus de São Paulo.
Nos últimos meses, além da
substituição do titular da pasta
dos transportes, o prefeito Gilberto Kassab fez também outras alterações na SPTrans
(empresa municipal que cuida
do setor), com a ascensão de
técnicos que mantêm bom relacionamento com seus irmãos
-além de Pedro, Marcos Kassab também trabalha no segmento, ocupando o cargo de direção no Metrô.
Além dos cinco novos corredores, a intenção da gestão
Kassab é manter as obras já
anunciadas ou que estão em
andamento, como a continuação do antigo Fura-Fila (atual
Expresso Tiradentes), a reforma do corredor Rebouças e a
obra na Vereador José Diniz.
Hoje, a capital paulista tem
121,5 km de corredores de ônibus municipais -sem contar
33 km de pistas a cargo do Estado e que incluem vias do ABC.
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