São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2008

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[!] Foco

Centro integra lazer, saúde, hotelaria e cobra dos internos R$ 12 mil por mês

DA REPORTAGEM LOCAL

Parece a cozinha de um flat de luxo, mas é a "sala gastronômica" de um "centro para idosos" onde um nutricionista de plantão satisfaz os desejos de quem pode pagar até R$ 12 mil por mês (no caso dos acamados) para morar. "Se ele gostar de cuscuz, ele explica e o profissional prepara como ele quer", diz Silvana Inácio, assessora do Hiléa, "que integra lazer, hotelaria e saúde", em um prédio de vidro no Morumbi onde 270 profissionais trabalham para 60 pessoas.
Lá, cada idoso vive em um quarto com cofre, TV de plasma, telefone para teleconferência e cama com controle remoto; acima, há uma aquarela, que esconde entradas emergenciais de oxigênio. Mas cada idoso decora como quer -uma alugou dois quartos e fez um apartamento. "As pessoas estão envelhecendo com dinheiro e querem dignidade", diz a gerente Luana Radesco. "Melhor que o hospital é um hotel; melhor que hotel é uma casa."
O Hiléa é ainda como clube, onde quem não mora pode usar tudo: piscina, cabeleireiro, sala de pintura -lá que Elvira Salles, 66, passa as tardes. Mas ela moraria aqui? "Se tiver possibilidade financeira."
Ela também adora a praça de convivência, que tem sorveteria, livraria e até cinema de filmes antigos. Lá toca música dos anos de ouro do rádio e há o ano 1947 na parede -esforço para tornar o lugar aconchegante ao remeter ao passado, diz a assessora. "Mas o relógio tem horário certo. É para eles não se perderem do mundo."
WILLIAN VIEIRA


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