São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAÚDE

Por falta de leitos na Santa Casa de Campo Grande, atendimento é feito em macas

Crianças são internadas em corredor

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Por falta de leitos, pelo menos 35 crianças estão internadas nos corredores do Pronto-Socorro da Santa Casa de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. A superlotação de pacientes no hospital aumentou em razão de uma epidemia de gastroenterite infantil (inflamação do estômago e do intestino) causada pelo rotavírus, informou a Secretaria Municipal de Saúde.
"Há crianças internadas em macas e no colo das mães", disse o diretor técnico da Santa Casa, Leonildo Herrero. Ele disse que a situação é "caótica".
Neste mês, até anteontem, foram atendidas 2.899 crianças. Desse total, 462 foram internadas, mas a Santa Casa possui apenas 125 leitos destinados à pediatria.
"Além de estar com todos os leitos tomados, o hospital não tem mais lençóis, macas, berços e cadeiras para acomodar as mães. Estamos acima de nossa capacidade operacional e também humana", informou a diretoria de Relações Públicas da Santa Casa.

Epidemia
Por semana, os postos de saúde da Prefeitura de Campo Grande atendiam 400 casos de gastroenterite. O número aumentou para mil atendimentos, informou o diretor-executivo da Secretaria Municipal de Saúde, Eugênio Barros.
"Consumiram todo o soro que tínhamos nas unidades [postos de saúde]. Tem criança sendo hidratada no colo das mães", afirmou o diretor-executivo.
De acordo com Barros, a virose provocada pelo rotavírus atinge principalmente crianças com menos de dois de idade. Os sintomas são diarréia, vômito e febre.
As temperaturas elevadas -acima de 35º C-, a baixa umidade relativa do ar e a estiagem prolongada na região de Campo Grande favoreceram a epidemia da virose.
O superintendente da Santa Casa, João Carlos Franco, anunciou ontem que somente casos de urgência, de emergência ou pacientes encaminhados pelos postos de saúde da prefeitura serão atendidos no hospital.
Segundo Franco, além de as vítimas da epidemia de gastroenterite terem agravado o problema da falta de leitos, o hospital é procurado por pessoas que poderiam ser atendidas nos postos de saúde e por doentes vindos de municípios do interior do Estado.
A Secretaria Municipal de Saúde reconheceu que faltam pediatras nos postos da prefeitura, mas informou que providencia novas contratações. A falta de médicos seria um dos motivos de a população procurar a Santa Casa.


Texto Anterior: Seqüestro: Acorrentado, refém foge de cativeiro em SP
Próximo Texto: Panorâmica - Tráfico: Moradores evitam comprar gás na Rocinha
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.