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Para escolher a escola, pais e filhos devem ser ouvidos
Características das crianças e confiança na instituição são
prioridades na hora de optar por uma unidade de ensino
Formação de professores, método pedagógico e
infra-estrutura também têm de ser observados
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Apenas na cidade de São Paulo, de acordo com a Secretaria
de Estado da Educação, são
mais de 6.000 instituições, entre públicas e particulares, e essa variedade só aumenta a insegurança dos pais na hora de escolher a escola, principalmente
a dos filhos menores. Para auxiliar nesta tarefa, a Folha ouviu
educadores de todo o país para
selecionar quais os principais
aspectos a serem levados em
consideração.
Antes de procurar uma escola, no entanto, é preciso saber
que tipo de pai é e quais as
principais características da
criança. "O fato de ter um filho
tímido ou extrovertido, por
exemplo, é determinante na escolha do tipo de escola", diz
Noely Weffort, chefe do Departamento de Fundamentos da
Educação da PUC-SP.
Depois, segundo os educadores, é preciso observar os critérios mais objetivos. O projeto
pedagógico é o primeiro deles.
"As crianças pequenas aprendem por meio da brincadeira, e
isso vale para qualquer conteúdo, desde regras de conduta até
conceitos matemáticos, leitura
e escrita", diz Bianca Correa, da
USP de Ribeirão Preto.
Após os seis anos, o importante é observar se a escola não
se isola dos fatos cotidianos do
aluno. Leni Dornelles, vice-diretora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS),
afirma que a escola deve produzir sujeitos para viver qualquer situação da vida, e não
apenas para ser aprovado no
vestibular.
A infra-estrutura da escola
também não pode ser deixada
de lado. "É importante ver a organização do espaço, ver como
a escola está preparada para receber a criança", diz Dornelles.
Para ela, a organização do espaço reflete como a escola enxerga o aluno.
Outra coisa importante é estabelecer uma relação de confiança com a instituição. Também deve-se averiguar se a escola investe em cursos de atualização dos professores. "Os
pais precisam observar a escola
e ver se os professores estão satisfeitos em trabalhar lá, se estão felizes e se sentem respeitados, isso é o primeiro passo,
já que são eles que têm uma relação direta com os alunos", diz
a psicóloga Rosely Sayão.
O que é extra também não
pode ser deixado de fora. Atividades como informática, danças, esportes e línguas estrangeiras complementam e auxiliam o aprendizado.
O psicólogo Yves de la Taille,
professor-titular do Instituto
de Psicologia da USP, lembra
também que a escola deveria se
preocupar mais com a formação dos valores dos alunos.
"Nesta etapa da vida as crianças estão desvendando o mundo, tentando compreender o
universo de relações que as
cerca", diz Bianca.
Na hora de escolher, até a localização deve ser levada em
conta, segundo os especialistas,
para que o ato de ir para a escola não se torne algo cansativo e
para que a criança possa ir sozinha, quando estiver maior, para adquirir autonomia.
Outra coisa é saber se as despesas com a nova escola cabem
no bolso, já que as mensalidades das escolas particulares em
São Paulo variam de R$ 400 a
R$ 2.500. De acordo com o economista do IPEA Jorge Abrahão de Castro, o brasileiro gasta em média 3,6% do orçamento familiar com educação. Nas
famílias com filhos em escolas
públicas, esse gasto fica em torno de 1,1%, enquanto os pais de
alunos de escolas particulares
gastam em média 5,4%.
(INGRID TAVARES, VINICIUS ABBATE, THIAGO
MOMM, INGRID AGUIAR)
NA INTERNET- relação de escolas
http://escola.edunet.sp.gov.br/
pesquisas/Index-Escolas.asp
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