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Matrículas em creches do país sobem 6%
Revelado pelo Censo Escolar da Educação Básica, o dado é positivo, já que a demanda por atendimento nessa fase é grande
Nas outras etapas da educação básica, houve queda nas matrículas; motivo é o número menor de nascimentos, diz governo
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As matrículas em creches
(crianças de zero a três anos)
aumentaram 6% neste ano nas
redes pública e privada do país,
na comparação com 2008.
Especialistas apontam que o
aumento é positivo, principalmente porque a demanda no
país por atendimento nessa fase é grande. Só 18% das crianças
de zero a três anos estão na escola, de acordo com a Pnad
(Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE).
As creches são a única etapa
do ensino básico em que não
houve queda no número de alunos, segundo o Censo Escolar
da Educação Básica, que mostrou que, no geral, o número de
matrículas no país caiu 2,28%.
A tendência de queda deve se
manter, segundo o Ministério
da Educação, principalmente
por causa da questão demográfica. "Nascem menos brasileiros a cada ano. Por isso, o número de crianças na escola cai
ano após ano", afirmou o ministro Fernando Haddad.
Ele, no entanto, negou que isso signifique menor atendimento na rede pública de ensino. "A Pnad mostrou que, do
ponto de vista proporcional, há
mais crianças na escola."
Uma mudança na metodologia também ajudou a reduzir o
número de alunos registrados
nas escolas do país, de acordo
com Haddad. Antes, as escolas
enviavam apenas o número de
alunos a que atendiam. Pelo
novo sistema, eles precisam enviar o nome de cada estudante,
além de seus dados básicos.
"Diminuímos a duplicidade
de matrículas, que, às vezes,
chegava a ser triplicidade."
Os dados do censo são preliminares. Eles são usados no
cálculo para o repasse de verba
pública para Estados e municípios. Os recursos vão para programas como o da merenda e o
do transporte, além do Fundeb
(Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica).
A partir da divulgação, as redes de ensino têm 30 dias para
fazer a conferência, correção e
complementação dos dados.
Questionado se a duplicidade
de registros estava relacionada
a indícios de fraudes em Estados e municípios -com o objetivo de receber repasses maiores-, ele respondeu: "Não necessariamente".
Supletivo
A redução nas matrículas foi
maior no EJA (Educação para
Jovens e Adultos), o antigo supletivo. Nessa etapa, o número
de alunos passou de 4,9 milhões para 4,5 milhões.
Embora seja a mais expressiva do censo, a queda pode não
representar um dado negativo,
segundo o presidente do Inep
(instituto do MEC responsável
por avaliações), Reynaldo Fernandes. "Pode significar que os
alunos estão ficando no ensino
regular e, com isso, ocorre uma
redução natural do público.
Mas teremos que analisar esse
dado mais a fundo."
Na pré-escola, que atende a
crianças de quatro a cinco anos,
a queda nas matrículas pode estar relacionada a mudanças no
ensino fundamental, de acordo
com o presidente do Inep.
A partir de 2010, o ensino
fundamental ganhará um ano
(chegando a um total de nove
anos) e passará a receber crianças com seis anos de idade.
"Muitas escolas estão em transição, então isso pode ter influenciado os números", afirmou Fenandes.
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