São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2010

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ANÁLISE

Na equação entre médico e plano, paciente é peça mais frágil

CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO

Não é simples a equação que envolve planos de saúde e seus prestadores de serviços. Novas tecnologias em medicina surgem a cada ano, aumentando substancialmente os custos em saúde.
Impedidas de cobrar mais dos clientes, já que os aumentos são regulados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), as operadoras buscam economizar pagando menos a hospitais e médicos. Outra estratégia tem sido abrir hospitais próprios para ampliar a receita.
Do ponto de vista de remuneração, não há dúvida de que os honorários médicos estão defasados. Desde 2004 não há reajuste das operadoras. Por consulta, os médicos recebem de R$ 15 a R$ 49.
As operadoras, por sua vez, argumentam que os médicos praticam muitas consultas e procedimentos para aumentar o ganho.
Um exemplo é a área de órteses e próteses. São muitas as histórias de médicos que indicam um produto (prótese de quadril, por exemplo) e, em troca, ganham comissões da indústria. E quem paga a conta é o plano.
Por outro lado, os médicos argumentam que a responsabilidade pela eficácia de um procedimento é do profissional, que não pode submeter sua decisão ao plano.
Algumas operadoras já negociam diretamente com a indústria. E garantem que estão economizando muito na compra de materiais.
Outra proposta dos planos é o pagamento por desempenho. Bons médicos e hospitais teriam uma remuneração extra. Nos EUA, mais de 50% dos planos têm programas com contratos baseados na performance.
Por aqui, o assunto é polêmico e enfrenta resistência dos médicos. Mas a tendência é mundial. O desafio, porém, é garantir proteção à peça mais frágil desse quebra-cabeça: nós, os pacientes.


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