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ANÁLISE
Na equação entre médico e plano, paciente é peça mais frágil
CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
Não é simples a equação
que envolve planos de saúde
e seus prestadores de serviços. Novas tecnologias em
medicina surgem a cada ano,
aumentando substancialmente os custos em saúde.
Impedidas de cobrar mais
dos clientes, já que os aumentos são regulados pela
ANS (Agência Nacional de
Saúde Suplementar), as operadoras buscam economizar
pagando menos a hospitais e
médicos. Outra estratégia
tem sido abrir hospitais próprios para ampliar a receita.
Do ponto de vista de remuneração, não há dúvida de
que os honorários médicos
estão defasados. Desde 2004
não há reajuste das operadoras. Por consulta, os médicos
recebem de R$ 15 a R$ 49.
As operadoras, por sua
vez, argumentam que os médicos praticam muitas consultas e procedimentos para
aumentar o ganho.
Um exemplo é a área de órteses e próteses. São muitas
as histórias de médicos que
indicam um produto (prótese
de quadril, por exemplo) e,
em troca, ganham comissões
da indústria. E quem paga a
conta é o plano.
Por outro lado, os médicos
argumentam que a responsabilidade pela eficácia de um
procedimento é do profissional, que não pode submeter
sua decisão ao plano.
Algumas operadoras já negociam diretamente com a
indústria. E garantem que estão economizando muito na
compra de materiais.
Outra proposta dos planos
é o pagamento por desempenho. Bons médicos e hospitais teriam uma remuneração extra. Nos EUA, mais de
50% dos planos têm programas com contratos baseados
na performance.
Por aqui, o assunto é polêmico e enfrenta resistência
dos médicos. Mas a tendência é mundial. O desafio, porém, é garantir proteção à peça mais frágil desse quebra-cabeça: nós, os pacientes.
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