São Paulo, Domingo, 24 de Outubro de 1999
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Estudo vê relação entre respirar bem e crescer

especial para a Folha

Pesquisa da otorrino Ana Paula Dualib, mestre pela Escola Paulista de medicina, concluiu que respiradores bucais que sofrem cirurgia de extração de adenóides e amígdalas apresentam aumento de peso e estatura superiores aos que não são operados.
Os operados chegam a ganhar de 2% a 10% do volume total do corpo em um período que varia de 4 a 12 meses após a cirurgia.
O número é superior ao do grupo acompanhado pela médica que não se submeteu à intervenção cirúrgica, que apresentou aumento de 1% a 4%, em média, do volume total do corpo. O estudo foi feito em São Paulo e observou 87 crianças no ano passado.
O grupo que se submeteu a cirurgia também apresentou desenvolvimento maior na estatura: com um avanço de 2% a 4% em relação ao tamanho do corpo.
Já os respiradores bucais que não passaram pela operação tiveram índice de evolução inferior a 2% da estatura total.
Segundo a pesquisadora, o grupo operado passou a respirar pelo nariz, a sentir mais o cheiro dos alimentos e, consequentemente, a comer melhor. Daí vem o aumento no peso.
A fonoaudióloga Lilian Krakauer também realizou pesquisa procurando relacionar as alterações na postura observadas em crianças que respiram pela boca.
Ela observou que as crianças que respiram pela boca apresentavam uma desorganização postural, que não era apresentada pelas que respiram pelo nariz.
Entre as alterações está a cabeça projetada à frente do tronco e diferenças entre a altura dos dois ombros, com uma curvatura da nuca bastante diminuída.
Além das consequências já citadas, a respiração crônica pela boca pode alterar a condição das gengivas assim como a posição dos dentes. O excesso de ar entrando pela boca faz com que o céu da boca fique muito alto, o que acaba diminuindo o espaço para os dentes de cima.
"Além disso, o empobrecimento do ar que o respirador bucal absorve acaba tornando-o mais vulnerável a doenças e infecções", diz Ivete Perez, ortodontista.



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