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BRAÇOS CRUZADOS
Greve nos 2 colégios federais do Rio atinge cerca de 20 mil alunos há mais de 2 meses
Pais tentam reduzir estresse gerado pela paralisação das aulas
DANIELA MENDES
DA SUCURSAL DO RIO
Os pais de alunos das duas
únicas escolas federais do Rio,
em greve há mais de dois meses
como as universidades, estão
tendo de se desdobrar para lidar
com os transtornos causados
pela paralisação das aulas. O estresse causado nos filhos é a
maior preocupação.
A greve no CAP (Colégio de
Aplicação da UFRJ) e no Colégio
Pedro 2º atinge cerca de 20 mil
alunos do ensino médio e fundamental. Desses, mais de 700
vão prestar vestibular neste ano.
Julia Ocampo Lyra da Silva, 18,
vai prestar para medicina em
cinco universidades.
Ela considera legítimo o movimento de paralisação dos professores e lamenta a "falta de
sensibilidade" do governo. No
entanto, avalia que seu desempenho será prejudicado. "Desestruturou todo o meu planejamento, meu ritmo de trabalho."
O médico João Lyra da Silva,
pai de Julia, está preocupado
com o estado emocional da filha. "Essa situação a coloca de
forma precoce em contato com
o estresse", afirma Silva.
A bancária Isa Maria Ribeiro
Alves, 44, não sabe mais o que
fazer para ocupar o filho Rafael,
11. "Ele fica na televisão e no videogame", afirma.
"Os motivos da greve são muito justos, o problema é que fica
uma situação insustentável dentro de casa", disse Isa.
A solução encontrada por
Sueli Ferreira Vaz, 50, mãe de
Felipe, 17, foi colocá-lo em um
curso de computação.
Felipe está cursando o 2º ano
do ensino médio no colégio Pedro 2º do Engenho Novo (zona
norte do Rio).
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