São Paulo, quarta-feira, 24 de outubro de 2001

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Diretório estudantil recomenda boicote

DA REPORTAGEM LOCAL

Em assembléia anteontem, o DCE decidiu orientar os estudantes a boicotar as eleições. "Votar significaria legitimar o processo indireto, e somos contrários a ele", disse Wellington Tibério, 25, coordenador do diretório.
A entidade reclama de autoritarismo e perseguição política da atual reitoria, que pode punir alunos que fizeram dois protestos este ano, culminando com o cancelamento da votação no Conselho Universitário da regulamentação das fundações ligadas à USP.
"Esperamos que a próxima gestão abra o diálogo", disse Tibério sobre a afirmação do atual reitor, Jacques Marcovitch, ontem à Folha, de que a discussão sobre fundações foi interrompida com violência e coação (os alunos ocuparam a reitoria em 26 de junho e impediram os conselheiros de entrar no prédio em 4 de setembro).
"O que ele chama de violência, nós chamamos de diálogo", disse Tibério. A reitoria não se pronunciou sobre o assunto ontem.
O procurador-geral da USP, João Alberto Del Nero, diz que a ação da reitoria representa o "estrito cumprimento do dever legal". "Não consigo ver autoritarismo num agente administrativo determinar a apuração de fatos que tenham causado danos ao patrimônio público [portas e janelas foram quebradas na ocupação" e constrangimento físico e moral."
Sindicâncias sobre os casos geraram sete processos administrativos e 13 notificações. "Estamos sofrendo perseguição política", diz o aluno de economia Fernando Kleiman, 23, que foi indiciado.


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