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MAUÁ
Só uma das quatro amostras iniciais que indicavam exposição a benzeno foi confirmada; resultado não traz tranquilidade
Novo teste nega contaminação de moradores
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os resultados de novos exames
de urina, feitos na sexta-feira passada, negam exposição recente a
benzeno de três dos quatro moradores do Residencial Barão de
Mauá (Grande SP) em cujas
amostras inicias foram encontrados sinais de contaminação pela
substância cancerígena, presente
no subsolo do condomínio.
Foi realizado o mesmo teste,
que detecta a presença de ácido
transmucônico, produto do metabolismo do benzeno no organismo, mas, de acordo com médicos, só funciona para contatos de
até dez dias com o produto.
Os novos resultados apontaram
concentração de ácido transmucônico de 0,7 miligrama por grama de creatinina na urina de apenas um dos moradores -um
adulto. O limite aceitável é de 0,5
miligrama por grama.
Nos primeiros exames, feitos no
mês passado, os resultados de
dois adultos e de duas crianças ficaram acima do parâmetro.
Na avaliação do toxicologista
José Tarcísio Penteado Buschinelli, a alteração agora pode estar relacionada ao consumo de medicamento. Ele é da Fundacentro
(Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho), mas foi contratado pela Secretaria de Estado da Saúde
para atuar no caso.
A amostra acima do limite será
enviada a um laboratório na Itália, segundo a Prefeitura de Mauá.
Para moradores do condomínio, os resultados negativos da
contraprova não significam, porém, o fim das incertezas.
"A gente fica sem saber em que
acreditar", afirma o instrutor Roberto de Souza, 45, morador há
seis anos da primeira etapa do
conjunto. Para ele, os primeiros
exames foram feitos de forma
pouco cuidadosa.
Souza conta que um dos primeiros "contaminados" era um
menino da primeira etapa. "A
mãe dele ficou apavorada, sem saber o que fazer da vida", diz.
Segundo Tânia Regina da Silva,
43, síndica da sétima etapa, os
moradores só vão ficar tranquilos
quando os exames forem feitos
pelo menos nos que vivem no térreo, nas crianças e gestantes -o
que ainda é estudado pelo município. Só 329 dos cerca de 4.000
moradores foram examinados.
Tânia diz conhecer duas das
pessoas cujos primeiros testes
apontaram exposição ao benzeno. Para manter os moradores informados sobre o andamento do
caso, foi criado o site
http://br.geocities.com/conjuntobaraodemaua/contaminacao.html.
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