São Paulo, quarta-feira, 24 de outubro de 2001

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MAUÁ

Só uma das quatro amostras iniciais que indicavam exposição a benzeno foi confirmada; resultado não traz tranquilidade

Novo teste nega contaminação de moradores

MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os resultados de novos exames de urina, feitos na sexta-feira passada, negam exposição recente a benzeno de três dos quatro moradores do Residencial Barão de Mauá (Grande SP) em cujas amostras inicias foram encontrados sinais de contaminação pela substância cancerígena, presente no subsolo do condomínio.
Foi realizado o mesmo teste, que detecta a presença de ácido transmucônico, produto do metabolismo do benzeno no organismo, mas, de acordo com médicos, só funciona para contatos de até dez dias com o produto.
Os novos resultados apontaram concentração de ácido transmucônico de 0,7 miligrama por grama de creatinina na urina de apenas um dos moradores -um adulto. O limite aceitável é de 0,5 miligrama por grama.
Nos primeiros exames, feitos no mês passado, os resultados de dois adultos e de duas crianças ficaram acima do parâmetro.
Na avaliação do toxicologista José Tarcísio Penteado Buschinelli, a alteração agora pode estar relacionada ao consumo de medicamento. Ele é da Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho), mas foi contratado pela Secretaria de Estado da Saúde para atuar no caso.
A amostra acima do limite será enviada a um laboratório na Itália, segundo a Prefeitura de Mauá.
Para moradores do condomínio, os resultados negativos da contraprova não significam, porém, o fim das incertezas.
"A gente fica sem saber em que acreditar", afirma o instrutor Roberto de Souza, 45, morador há seis anos da primeira etapa do conjunto. Para ele, os primeiros exames foram feitos de forma pouco cuidadosa.
Souza conta que um dos primeiros "contaminados" era um menino da primeira etapa. "A mãe dele ficou apavorada, sem saber o que fazer da vida", diz.
Segundo Tânia Regina da Silva, 43, síndica da sétima etapa, os moradores só vão ficar tranquilos quando os exames forem feitos pelo menos nos que vivem no térreo, nas crianças e gestantes -o que ainda é estudado pelo município. Só 329 dos cerca de 4.000 moradores foram examinados.
Tânia diz conhecer duas das pessoas cujos primeiros testes apontaram exposição ao benzeno. Para manter os moradores informados sobre o andamento do caso, foi criado o site http://br.geocities.com/conjuntobaraodemaua/contaminacao.html.



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