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"Brasil está contaminado pelo racismo", diz representante de movimento negro
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
O coordenador da ONG Educafro (que oferece cursinho
pré-vestibular a alunos de baixa renda), frei Davi Santos, afirmou que os três homens presos
ontem pela polícia representam uma pequena mostra do
racismo que há no Brasil.
"Eles são apenas a ponta do
iceberg. A minha percepção é
que o Brasil está contaminado
pelo racismo", disse Santos, um
dos principais líderes do movimento pró-cotas no país.
Para ele, essa situação só irá
mudar quando os governos federal, estaduais e municipais
"ampliarem o direito para os
negros, deixando o Brasil mais
agradável, sem discriminação".
"O que as pessoas racistas
não entendem é que as cotas
são uma política transitória,
que chama a atenção para a desigualdade", disse Santos.
Especificamente sobre os
três homens presos pela polícia, o coordenador da Educafro
disse que "é preciso tratar essas
pessoas, que são doentes. Algumas palestras podem fazê-las
mudar seus conceitos".
As cotas visam aumentar a
presença na universidade de
alunos negros do ensino médio
público. Para isso, as universidades reservam vagas no vestibular para esse fim. Na Unifesp
(Universidade Federal de São
Paulo), por exemplo, a cota é de
10%. Já a USP, não adota o sistema de cotas. Segundo o Ministério da Educação, em 2005,
23 instituições o adotaram.
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