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Sem carro, GCM faz ronda escolar de ônibus
Robson Ventura/Folha Imagem
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Guarda-civil lotado na base de Perus, na zona norte, entra em ônibus para ir até escola onde atua |
Único veículo da base de Perus foi mandado, com dois guardas-civis, para reforçar o combate aos ambulantes no centro
De acordo com sindicato, foi preciso priorizar escolas onde situação é mais crítica, já que guardas não podem percorrer as unidades
LÍVIA SAMPAIO
DO "AGORA"
Sem carro para fazer a ronda
escolar, guardas-civis lotados
na base de Perus, no extremo
da zona norte, estão tendo de
fazer o serviço em ônibus comuns. Segundo funcionários, o
único automóvel disponível foi
transferido para engrossar a
frota da região central.
A ordem veio após a instalação de 35 câmeras de segurança
no centro, no fim de julho.
Houve também reforço do efetivo de guardas e de veículos
para intensificar as ações contra ambulantes. Um desses carros era o destinado à ronda nas
escolas municipais de Perus. "O
trabalho fica prejudicado porque agora os guardas não podem circular pelas escolas. Foi
preciso priorizar unidades onde a situação é mais crítica",
afirmou Wellington de Santana
Pereira, diretor do SindGuardas, o sindicato da categoria.
Dados da própria GCM
(Guarda Civil Metropolitana),
que é subordinada ao prefeito
Gilberto Kassab (PFL), apontam que, em média, um carro
deve dar conta de sete escolas.
Além disso, os profissionais
da ronda, segundo relato de colegas, sentem-se incapazes de
desempenhar o trabalho. "E se
há algum problema mais grave,
se alguma criança se fere? Não
dá para descobrir um santo para cobrir outro", disse um guarda-civil que não se identificou.
Ontem à tarde, a reportagem
flagrou o trajeto de dois guardas -um homem e uma mulher- rumo à Emef (Escola
Municipal de Ensino Fundamental) Fernando Gracioso.
Eles deixaram a base -que fica
em um local ermo, em meio ao
parque Anhangüera-, pararam
em um ponto de ônibus, aguardaram cerca de 15 minutos e seguiram para a escola, de onde
só sairiam às 22h, a pé.
Emergência
Com cinco carros em manutenção e um deslocado para a
frota do centro, restou apenas
um veículo na base de Perus. O
Fiat Siena, agora, só deixa o local em casos de emergência.
"Isso não está ocorrendo somente em Perus. É na cidade
inteira", afirmou o diretor Pereira. Segundo ele, integrantes
de bases estão recebendo ordens superiores para atuarem
no centro. Com o carro de Perus, dois guardas foram para a
região central. Outros oito foram deslocados para ações anticamelô na Lapa (zona oeste).
"Se nós não temos segurança,
como oferecê-la à população?",
disse um dos funcionários.
Com a base esvaziada, eles
relatam receber constantes
ameaças anônimas. Em setembro, um guarda foi morto e outro ferido numa tentativa de assalto à Subprefeitura de Perus.
Na semana passada, seis
GCMs, com um carro e três
motos, fizeram a segurança externa das gravações da nova novela da TV Globo num restaurante no Itaim Bibi (zona sul).
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