São Paulo, sábado, 24 de outubro de 2009

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Piloto de helicóptero abatido só teve 90 segundos para pousar

DA SUCURSAL DO RIO

Com a mão enfaixada devido a queimaduras, o capitão da PM Marcelo Vaz de Souza, comandante do helicóptero abatido por traficantes no último sábado no Rio, afirmou ontem que, após o tiro, foi obrigado a pousar em 90 segundos. Apesar de considerar que não teve culpa pela morte de três colegas, disse ter pedido desculpas às famílias das vítimas: "Era a minha equipe, eu era o comandante."
Souza disse que o painel do helicóptero não acusou de imediato a presença de fogo, mas que foi possível sentir o impacto dos tiros. "Não foi só um, foram vários, e a tripulação gritando que tinha fogo, que tinha sido alvejada... Eu procurei naquele momento me abstrair. Tinha que levar aquela máquina para pouso", contou.
O capitão afirmou ter se lembrado de uma pedreira onde poderia descer com a aeronave. Quando estava a caminho, porém, avistou o campo de futebol. Segundo ele, o helicóptero não caiu nem explodiu.
Souza disse que, no momento em que descia do helicóptero, ainda era possível ouvir disparos de tiros nas proximidades. Os soldados Ednei Canazaro e Marcos Stadler não conseguiram sair e morreram. O cabo Izo Gomes Patrício, baleado na perna, morreu dois dias depois.
"Eu saí, o capitão Marcelo Mendes saiu e o cabo Patrício também saiu, apesar de estar com um tiro na perna. O cabo Fernandes estava próximo à aeronave, eu o arrastei e levei para um local mais seguro".
O comandante do GAM (Grupamento Aeromarítimo), tenente-coronel Eduardo Luiz Brandão Ribeiro, afirmou que a corporação irá desenvolver uma nova metodologia de uso dos helicópteros de apoio.


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