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CÉLIO LEÃO BORGES
(1916-2009)
Um aventureiro que foi prefeito e fazendeiro em GO
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
O que Célio Leão Borges fazia quando não estava em casa ele resolveu contar num livro, para justificar à família
suas ausências: longe dali,
desbravava terras desconhecidas e vivia boas aventuras.
Numa delas, devidamente
registrada no "Memórias de
Goiás", ele viajava num monomotor com um amigo,
quando teve de fazer um pouso de emergência. Desceu na
avenida principal de Uberlândia (MG), parando a poucos
metros de um caminhão.
Alguns voos foram tranquilos -e até românticos. Certa
vez, dizia, sobrevoou a casa
onde vivia e atirou um bilhetinho amoroso para a mulher.
Sua principal atividade, porém, não foi como piloto: era
fazendeiro e teve mais de 20
propriedades, onde se dedicou a criar gado. Ultimamente, tinha apenas uma.
Além de ter cuidado dos
próprios negócios, Célio arriscou-se também como gestor público. De uma família de
políticos (o cunhado e o sobrinho foram governadores de
GO), foi prefeito das cidades
goianas de Rio Verde (nos
anos 40) e de São Simão (nos
60), esta última criada por ele.
No livro, conta que o maior
patrimônio que deixou foi a
família. Era tão generoso e
educado com todos que mesmo o enfermeiro que cuidava
dele estava ao prantos em seu
enterro, afirmam os netos.
Morreu no domingo, aos
92, de complicações de uma
cirurgia na perna -havia caído e fraturado o fêmur. Deixa
filhos, netos e bisnetos. A
missa de sétimo dia será hoje,
às 12h, na igreja Nossa Sra. do
Perpétuo Socorro, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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