São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 2000

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VIOLÊNCIA
Quadrilha faz arrastão em prédio comercial, mas é vítima de três homens que tentavam levar os carros usados na operação
Ladrões roubam ladrões em São Paulo

FERNANDO BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Sete homens armados promoveram um arrastão anteontem à noite em um prédio comercial da Vila Olímpia, na região sudoeste de São Paulo, e foram vítimas de três ladrões que tentavam roubar os carros usados na operação.
O grupo dos sete invadiu 10 dos 13 andares do Business Center, na rua São Tomé. Rendeu o porteiro, o zelador e um funcionário da Websizing Marketing. Por volta das 2h de ontem, segundo a polícia, alguém do bando inadvertidamente acionou o alarme do edifício ao perceber que os veículos que serviriam à fuga estavam sendo roubados.
O sinal provocou a fuga dos sete ladrões e alertou policiais, que cercaram o prédio. A polícia prendeu em flagrante Dirceu Akio Hashimoto, 22, Mauricio Saito Akutsu Pereira, 19, e Wendson Silva Lima, 19, que pretendiam levar toca-fitas e telefones celulares do interior de carros.
No prédio, os policiais libertaram o porteiro Antonio Lourenço Santos, o zelador Odacyr Gusmão de Freitas e o analista de sistemas Frederico da Silva.
Segundo Santos, tudo começou às 22h de anteontem com panetone e flores. Uma pessoa bateu na porta do prédio e chamou a atenção do porteiro. Disse que era uma entrega para uma das empresas do edifício. Ao abrir a porta, Santos foi dominado.
Na fuga foram abandonados junto ao muro quatro notebooks, um binóculo, miniaturas, jaquetas, boné e ferramentas.
As empresas com escritórios no Business Center têm, em sua maioria, suas atividades ligadas à Internet.
A Polícia Militar permaneceu no local até as 4h30, quando Arnaldo Almeida Santana apareceu na frente do prédio para levar uma Saveiro que estava estacionada ali. Ao ser detido, disse que estava em uma casa noturna das imediações, mas não foi reconhecido na boate. Segundo os policiais, ele teria confessado posteriormente que era o responsável por fornecer o armamento ao grupo que fizera o arrastão.
Santana já respondeu a inquéritos por porte de arma, roubo qualificado e uso de documento falso. Foi condenado a três anos por porte ilegal de arma e cumpriu pena na Penitenciária do Estado. Foi autuado em flagrante pelo roubo do Business Center.
Ao chegar ao 15º DP, o advogado Hilton Tozetto já esperava seu cliente. Tozetto afirmou que o fato de ele ser acusado por PMs de ter confessado serem de sua propriedade as armas usadas no roubo não era de estranhar, "já que de madrugada qualquer um confessa à polícia qualquer coisa".


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